Iniciativa tem o objetivo de difundir a poesia entre a população
A produção de literatura contemporânea pode ser transgressora, experimental e até incômoda, principalmente a poesia. Espalhar essa diversidade que marca a escrita do nosso tempo é uma das vocações do projeto Leve um Livro. Quem costuma circular por bibliotecas e centros culturais de Belo Horizonte já deve ter se deparado com os curiosos livretos do projeto.
De formato pequeno, com cores fortes e aproximadamente 14 páginas cada um, eles circulam pela cidade desde o final de 2014. “É só pegar e levar. O negócio é espalhar poesia e quebrar o tabu que o gênero enfrenta” afirma a idealizadora da iniciativa, a escritora e professora Ana Elisa Ribeiro.
Motivada a atualizar o conceito, em 2011, ela e Bruno Brum desenvolveram um projeto que previa a distribuição gratuita de livros com poemas de autores atuais. A cada mês, são escolhidos dois autores e a tiragem é de 2,5 mil exemplares. Além disso, todos os livros estão disponíveis para download gratuito no site do projeto.
O critério utilizado pela curadoria do Leve um Livro para a escolha das obras leva em conta a diversidade de estilos e regiões e a presença de homens, mulheres, jovens e veteranos. “A escolha contribui para a visibilidade dos escritores, já que é notória a dificuldade de publicar um livro no Brasil”, conta Ana Elisa.
O projeto Leve um Livro está na segunda das três temporadas aprovadas pelo Fundo Municipal de Cultura, da Prefeitura de Belo Horizonte. Na primeira, fizeram parte escritores como Chacal, Ana Martins Marques e Marcelo Dolabela. Da segunda fase, ainda em andamento, estão na lista Chico de Paula e Líria Porto e vêm por aí publicações de Ricardo Aleixo, Alice Santana e Léo Cunha. São 24 poetas por edição, sempre um da capital mineira e outro de fora.
Levar um livro consigo é levar a vida com novos olhos para vida. Um olhar com conteúdo e imaginação para o mundo que nos rodeia.