O CRB-6 frente às irregularidades das escolas municipais de Belo Horizonte
O Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) vem fiscalizando as bibliotecas nas escolas da rede municipal de Belo Horizonte como forma de resguardar os direitos da sociedade na capital mineira. Em dezembro de 2022, após constatar irregularidades em quatro escolas do município, o CRB-6 notificou, julgou e penalizou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) com aplicação de multas. Em paralelo, o CRB-6 procurou dialogar com os gestores da Secretaria Municipal de Educação (SMED) para alertar sobre a importância de todas as escolas municipais possuírem Bibliotecários, conforme a Lei Federal nº 12.244/2010, atualizada pela Lei Federal nº 14.837/2024.
Após envio de inúmeros ofícios pelo CRB-6 e manifestações dos profissionais da categoria, a PBH nomeou 10 Bibliotecários, em março de 2023, 4 Bibliotecários, em junho, e mais 20 Bibliotecários em setembro do mesmo ano. Entretanto, o quantitativo de profissionais foi insuficiente dado que a Lei Municipal nº 11.132/2018 ampliou o quadro de Bibliotecários de 37 para 415. Por isso, em outubro de 2023, uma comitiva do CRB-6 reuniu-se com representantes da SMED para cobrar a presença de Bibliotecários em todas as bibliotecas escolares, bem como na liderança da Gerência de Bibliotecas (GERBI) para servir de referência para os demais profissionais na execução das atividades técnicas e científicas que são privativas do bacharel em biblioteconomia.
Para atender parcialmente as reivindicações do CRB-6, a Secretaria Municipal de Educação nomeou 24 Bibliotecários, em novembro, e mais 7 novos Bibliotecários, em dezembro.
Em abril de 2024, o jornal O Tempo publicou uma reportagem denunciando que a biblioteca da Escola Municipal Padre Guilherme Peters, localizada no bairro Nossa Senhora do Rosário, na região Leste de Belo Horizonte, permanecia fechada por dois anos. O presidente do CRB-6, Álamo Chaves (CRB-6/2790) encaminhou uma nota de repúdio para o prefeito de Belo Horizonte, Sr. Fuad Noman, solicitando que o Município de Belo Horizonte cumpra com a política pública educacional de universalização das bibliotecas escolares, reservando o devido respeito ao exercício da profissão dos Bibliotecários. O prefeito não respondeu ao ofício do CRB-6.
Para resolver o problema da falta de Bibliotecários nas escolas municipais pela via política, o CRB-6 constituiu uma Comissão Temporária de Articulação Política, composta pelo presidente Álamo Chaves, pelo Dr. Mário Garrido (OAB-MG/160.403), Coordenador do Setor de Fiscalização do CRB-6, pela Bibliotecária Karina Lúcia Pereira (CRB-6/2251), sob coordenação do conselheiro Lucas Martins de Freitas (CRB-6/3621).
A nova Comissão reuniu-se com o vereador municipal Wagner Ferreira (PV-MG), em 12 de junho, para tratar do cumprimento da legislação nas bibliotecas da rede de ensino da capital, bem como da irregularidade na gestão da Gerência de Bibliotecas da SMED, além do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de Belo Horizonte (PLLLB-BH). O CRB-6 ainda entregou ao vereador a cartilha “A Biblioteca Escolar”, produzida pelo Conselho Federal de Biblioteconomia.