A Associação de Bibliotecários do Espírito Santo (ABES) desenvolveu um estudo a respeito da atuação do Bibliotecário escolar durante a pandemia de covid-19, através das Bibliotecárias Patrícia Nogueira Rodrigues (CRB-6/823ES) e Ferdinanda Mattos Zanella (CRB-6/829ES), juntamente com Gleice Pereira e Carla Erler Mattos Batista, professoras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A pesquisa foi divulgada pelo portal de revistas da Universidade de São Paulo (USP) e pode ser consultada no endereço https://4et.us/rog0le.
Segundo Patrícia, o artigo surgiu da necessidade dos Bibliotecários capixabas: “Havia uma insatisfação por parte de alguns, que estavam fazendo trabalho que não era função deles e, muitas das vezes, faziam essas atividades, porque a direção e a equipe pedagógica não sabia o que ele poderia estar fazendo naquele momento que pegou todo mundo de surpresa, inclusive os professores que não tinham recursos, não tinham ferramentas. Muitos deles não sabiam como desenvolver um trabalho por meio digital e, quando chegou na biblioteca, no Bibliotecário, a situação foi um pouco pior. Eles não sabiam direcionar o trabalho que o Bibliotecário poderia estar realizando de modo digital, sem as ferramentas, sem recursos tecnológicos e financeiros. Então, foi feito esse estudo para saber como cada Bibliotecário, de cada rede de ensino, estava trabalhando, como eles estavam participando desse processo de ensino, juntamente com os professores no modo digital”.
Leia a seguir o resumo do artigo:
A pandemia provocada pelo coronavírus (Covid-19) causou grandes impactos em todo o mundo, principalmente na área da educação, onde o Bibliotecário escolar encontra-se inserido, provocando grandes mudanças em sua atuação, perante os serviços prestados à comunidade escolar. Percebendo este novo cenário, o Grupo de Trabalho de Biblioteca Escolar, pertencente à Associação de Bibliotecários do Espírito Santo (ABES), desenvolveu a presente pesquisa objetivando identificar se as instituições de ensino inseriram o Bibliotecário nesse novo formato de ensino, bem como, apresentar as condições de trabalho do Bibliotecário nesse período e quais atividades foram desenvolvidas por estes, que fazem ou não parte das suas atribuições. Quanto à metodologia, trata-se de uma de abordagem qualiquantitativa, tendo como instrumento de coleta de dados a utilização de questionário aplicado aos Bibliotecários do Estado do Espírito Santo. Após o levantamento dos dados, foi possível constatar que a maioria dos Bibliotecários participantes desta pesquisa já haviam voltado a trabalhar de forma presencial (uma vez que o processo de vacinação já havia iniciado). Identificamos que mesmo não havendo aulas presenciais, a maioria dos Bibliotecários tentaram manter a interação com seus alunos de forma virtual e as principais atividades desenvolvidas durante este momento sinalizadas pelos bibliotecários foram: clube de leitura, estantes virtuais, dicas de leitura, vídeos de contação de histórias, quiz e games. Os resultados apontaram que, durante a pandemia, as ferramentas digitais fizeram parte do processo de reinvenção das bibliotecas escolares, porém boa parte dos Bibliotecários não possuem recursos básicos como computador e internet, em suas bibliotecas e que muitos infelizmente foram submetidos ao desvio de função durante este período.