
Alunos da Unifacs na biblioteca: o espaço oferece ambiente propício ao crescimento intelectual (Foto: Reprodução)
Estudantes que têm o hábito de frequentar bibliotecas, ler e pesquisar se destacam na profissão e vida acadêmica, especialmente os que pretendem seguir a investigação científica e continuar os estudos por meio da especialização.
Por isso as instituições de ensino superior passaram a investir na realização de eventos e palestras nas bibliotecas, para que isso aproxime o aluno do espaço.
Segundo a bibliotecária da Unifacs, Roseli Andrade, apesar de todo o avanço dos recursos tecnológicos e do investimento em e-books, a instituição disponibiliza 22 mil livros eletrônicos e 190 mil volumes impressos.
“Esse número [de e-books] ainda é baixo. Parece contraditório, se consideramos a era digital, mas o livro eletrônico não foi tão absorvido por esse público, talvez pela cultura de uso do livro impresso, muito utilizado pelos estudantes”, observa.
Lei 12.244
Não à toa que para cumprir a Lei 12.244, que estabelece o acervo de pelo menos um livro por aluno em cada instituição de ensino do país, tanto nas redes públicas quanto privadas, o Brasil precisa construir 130 mil bibliotecas até 2020.
Apenas 27,5% das escolas na rede pública têm, hoje, uma biblioteca, o que deixa esses alunos em desvantagem competitiva em relação a exames como o Enem, por exemplo.
Para a estudante da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) Naara de Souza Barbosa, 21, a leitura é uma das portas para o conhecimento e todos os alunos devem ter acesso a uma biblioteca pública.
“É muito importante democratizar o acesso aos livros. O hábito da leitura proporciona um olhar holístico sobre o mundo, faz o cidadão inter-relacionar assuntos diversos com maior facilidade”, diz Barbosa.
Mesmo com tantos recursos tecnológicos e facilidade de se buscarem informações no meio virtual, os livros têm seu espaço garantido no preparo do estudante para a vida acadêmica.
Para a professora Anete Cruz, que leciona matemática, no ensino técnico integrado do Ifba, os livros e os recursos tecnológicos devem coexistir.
“Na minha prática pedagógica concilio diversas formas de abordar e aprofundar conteúdos. E, com toda a certeza, os livros e os recursos tecnológicos compõem e dão contributos para o espaço da aprendizagem”.
Da mesma opinião compartilha o estudante do curso de licenciatura em matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) Luciano Vilas Boas.
“Leio artigos científicos, livros teóricos sobre as questões que trato em minhas pesquisas, livros indicados por meus professores e muitas notícias e reportagens na internet”, conta.
Projeto
É incontestável a importância do livro e da leitura no desenvolvimento intelectual dos estudantes. Nesse contexto, o Comitê para a Democratização da Informática (CDI), organização social que usa a tecnologia para transformação social no Brasil e no mundo, seleciona 50 bibliotecas para o Programa CDI Bibliotecas, que tem o objetivo de discutir como esses espaços contribuem para o crescimento dos alunos.
Na Bahia, oito bibliotecas receberão o projeto, sendo algumas em escolas públicas estaduais. Do total, cinco bibliotecas estão em Salvador, que são: Escola Anísio Teixeira, Escola Thales de Azevedo, Escola Infantil Monteiro Lobato, Biblioteca Juracy Magalhães Júnior e Biblioteca do Estado da Bahia.
Fonte: A Tarde | Joana Lopo