As estratégias para abocanhar uma fatia maior do mercado literário global estão em discussão no MinC. Ontem (7), a Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (DLLLB/MinC) reuniu-se com o Ministério das Relações Exteriores, ApexBrasil e outras entidades da cadeia produtiva do livro para definir um plano de ação capaz de garantir a internacionalização da literatura produzida no Brasil.
De acordo com Volnei Canônica, diretor da DLLLB, a ideia é buscar soluções em conjunto. “Queremos chegar a uma proposta consistente e com desdobramentos no futuro, para podermos avançar em questões como mercado, valor simbólico e sustentabilidade da área”.
Uma das questões em discussão é a definição de uma lista de ao menos 15 feiras do livro em todo o mundo como prioritárias para participação do Brasil de forma contínua. Durante a conversa, foi destacado o interesse crescente de países europeus e dos vizinhos latino-americanos em traduzir e conhecer mais obras escritas por brasileiros, como destaca a diretora da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa. “Em Bogotá, Frankfurt, Paris e Bologna temos observado uma receptividade grande ao Brasil. Sentimos, também, um interesse crescente pelo aprendizado da nossa língua. Eu acho que é o melhor momento para gente se unir e se mobilizar”, afirmou.
A avaliação da Diretora do Centro de Cooperação e Difusão da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Moema Salgado, compartilhada com os demais presentes, é a de que não faz sentido o País atuar em feiras internacionais do livro em diversas frentes, pulverizadas, com estandes separados e sem vínculos entre si. Segundo Moema, o grande desafio é unificar os esforços e garantir um retorno positivo para todos.
O chefe de Divisão de Operações de Difusão Cultural do MRE, André Maciel, afirma que o Itamaraty tem investido na participação brasileira em pelo menos 15 feiras internacionais do livro por ano. Ele destaca que, quando o Brasil é o país homenageado, o investimento é maior, mas que deve haver uma manutenção na ida de autores e editores em edições subsequentes dessas feiras.
Maciel argumenta que é importante incluir na estratégia a otimização de esforços passados, como investimentos em bolsas de traduções, edições de obras brasileiras em outros idiomas e exportações de livros para os locais onde a presença brasileira deve ser intensificada.
Dentro de um mês, o grupo deverá se reunir novamente para dar continuidade ao planejamento. Deste primeiro encontro participaram, além da DLLLB, MRE e ApexBrasil, representantes da Diretoria de Relações Internacionais (DRI/MinC), da Secretaria de Políticas Culturais (SPC/MinC), da Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC), da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Liga Brasileira de Editoras (Libre) e Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros). A Funarte (Fundação Nacional de Artes), entidade vinculada ao Ministério da Cultura, também deverá integrar o grupo nos próximos encontros.
Fonte: Ministério da Cultura