A instalação de bibliotecas públicas nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) foi tema de debate no dia 7 de agosto em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). O presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 6º Região (CRB-6), Antônio Afonso Pereira Júnior (CRB-6/2637) participou do encontro.
A reunião foi motivada pelo Projeto de Lei 204/13, que prevê a criação da biblioteca comunitária. A ação estabelece que os Cras criem e coordenem um acervo literário, que esteja disponível para a comunidade local.
A Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social informou que vê com bons olhos o projeto, mas que é necessário que nele esteja prevista uma política pública que garanta a eficiência da ação. De acordo com o órgão, isso exige algumas medidas, como por exemplo, a contratação de profissionais para gestão do espaço e recursos fixos para aquisição e atualização das obras.
O presidente do CRB-6 disse que a proposta é válida, mas lamentou que ainda hoje um dos grandes percalços seja a ausência de profissionais qualificados nas bibliotecas. “É inadmissível nos depararmos com espaços de leitura sem uma coordenação correta e eficiente. O bibliotecário é responsável pela gestão do conhecimento e a presença dele nos acervos literários é fundamental. A falta deles nas escolas é ainda mais grave, porque se trata de um espaço de aprendizado para a formação humana”, disse.
A afirmação do Antônio é uma crítica direta à realidade trazida pelo secretário municipal adjunto de Educação, Afonso Celso Renan Barbosa, que afirmou durante a reunião que as 188 escolas municipais de Belo Horizonte possuem biblioteca. Porém, em apenas 42 a gestão do espaço é feita por profissionais bibliotecários.
Fabíola Farias, chefe do Departamento de Coordenação das Bibliotecas e Promoção da Leitura da Fundação Municipal de Cultura (FMC) de Belo Horizonte, também apoiou a proposta, destacando que o fomento à leitura é uma dívida social dos governantes com a população.