Autores infantojuvenis marcaram território na Bienal do Livro já em 2013, quando a feira aconteceu no Rio de Janeiro, liderando as listas dos títulos mais vendidos das editoras. Em 2014, não foi diferente, mas o destaque ficou com quatro brasileiras que conseguiram desbancar alguns dos maiores best-sellers internacionais do momento. Isabela Freitas, Carina Rissi, Carolina Munhóz e Sophia Abrahão bateram nomes como o gigante John Green, de A Culpa É das Estrelas, Cassandra Clare, responsável pelo desmaio de uma fã durante sua participação na Bienal, e Veronica Roth, da saga Divergente.
Presença constante na lista de mais vendidos de VEJA, o americano John Green comeu poeira na Bienal, conformando-se com o segundo lugar no ranking de mais vendidos no estande da Intrínseca. O autor de A Culpa É das Estrelas foi derrubado pela mineira Isabela Freitas e o livro de autoajuda juvenil inspirado em seu próprio blog, Não Se Apega, Não, sobre como superar o fim de um relacionamento. Em terceiro lugar, aparece o sick-lit Extraordinário, de R. J. Palacio. A editora faturou 116% a mais do que na Bienal do Livro de São Paulo de 2012, o ano do estouro de Cinquenta Tons de Cinza.
Carina Rissi, lançada pelo selo Verus, do Grupo Editorial Record, aparece no topo da lista de mais vendidos da editora com o chick lit Encontrada, deixando para trás dois títulos da série Os Instrumentos Mortais (Galera Record), de Cassandra Clare. A best-seller Paula Pimenta, que mantém um blog no site de VEJA, vem logo em seguida com Princesa Adormecida (Galera). O faturamento do grupo cresceu 60% em relação à edição de 2012 da Bienal.
Já a editora Rocco conseguiu atrair os fãs da literatura fantástica de Carolina Munhóz e os da it girl Sophia Abrahão com um único título: O Reino das Vozes que Não Se Calam. Escrito pela dupla, ele foi o mais vendido do estande da Rocco na Bienal. Luiza Trigo (Meus Quinze Anos), Raphael Draccon (Cemitério de Dragões) e Thalita Rebouças (Fala Sério, Mãe!) aparecem na sequência. Divergente, da americana Veronica Roth, ocupa apenas o quinto lugar no ranking. A editora apresentou crescimento de 30% em vendas em relação à edição de 2012.
Outros juvenis
O segmento juvenil mostrou sua força nas vendas de outras editoras que participaram da Bienal. O livro distópico O Doador de Memórias, de Lois Lowry, lidera a lista de mais vendidos do estande da Sextante/Arqueiro, impulsionado pelo lançamento próximo de sua adaptação para o cinema, marcado para 11 de setembro no Brasil. Os títulos da série A Maldição do Tigre, de Colleen Houck, aparecem em segundo lugar, seguidos de Seis Anos Depois, de Harlan Coben. O faturamento da editora foi 88% maior em comparação com os números de 2012.
Outra adaptação cinematográfica que puxou as vendas de um livro foi Se Eu Ficar, filme que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros. A obra de mesmo nome que inspirou o longa, escrita por Gayle Forman, foi a mais vendida da editora Novo Conceito. Sete Irmãs, de Lucinda Riley, e Belleville, de Felipe Colbert, vêm em seguida. O estande vendeu, no total, 50.000 exemplares.
Os juvenis também dominam a lista de mais vendidos do estande da Companhia das Letras e da Zahar, que dividiram o espaço no Anhembi. Cartas de Amor aos Mortos (Ava Dellaira) e A Seleção (Kiera Cass) lideram o ranking, seguidos do livro experimental 1 Página de Cada Vez, de Adam J. Kurtz. Em número de exemplares, o crescimento do estande foi de 70,7% em relação à edição de 2012.
Adultos
Exceção entre as grandes editoras na Bienal, o Grupo Ediouro lucrou com títulos adultos. Os mais vendidos foram o Guinness World Record 2014, a nova coleção A Rainha do Crime, de Agatha Christie, e Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, morto em julho. O estande vendeu, no total, 50.000 exemplares.
A Globo Livros também conseguiu atrair adultos na feira, com 1889, de Laurentino Gomes, e O Silêncio das Montanhas, de Khaled Hosseini, com boas vendas. Mas, como não poderia deixar de ser, o hit juvenil Battle Royale, de Koushun Takami, ainda liderou o ranking da editora. O crescimento, em faturamento, foi de 20% em relação à Bienal do Livro de 2012.
Fonte: Veja | Meire Kusumoto