CRB-6 denuncia falta de profissionais nas bibliotecas do Espírito Santo e
propõe medidas face o Governo do Estado
No início de fevereiro, representantes do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) se reuniram com a 7ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória (ES). O objetivo da reunião foi a análise das medidas cabíveis contra a inércia do Governo do Espírito Santo e, em especial, para exigir a atenção em relação à falta de bibliotecários contratados nas bibliotecas das escolas da rede pública estadual.
A mobilização ocorreu após o secretário de Educação, Haroldo Rocha, afirmar que o Estado não tem interesse em negociar essa contratação no momento. Diante de tal declaração, o CRB-6 se reuniu com a promotora Maria Cristina Rocha Pimentel, e se prontificou a levantar todos os dados das pesquisas realizadas pela Comissão de Fiscalização do CRB-6 em 2015. Dessa forma, demonstrando o trabalho desenvolvido ao longo do ano, o Conselho acredita que poderá comprovar a situação precária em que se encontram as bibliotecas escolares do Espírito Santo. Com esse dossiê em mãos, o Ministério Público adotará as medidas cabíveis contra o Governo do Espírito Santo, para que a situação seja normalizada.
Esses dados coletados pelo Conselho, em diversas visitas fiscalizatórias, demonstram o descaso do poder público em relação às bibliotecas escolares. Somente em 2015, para contabilizar apenas as escolas estaduais, 12 instituições foram visitadas e 11 não contavam com um profissional qualificado para gerenciar esses espaços. Para ampliar o relatório a ser entregue ao Estado, o Conselho planeja, ainda, uma intensificação nessas fiscalizações, em um prazo de até 45 dias.
Segundo Eduardo Valadares, delegado do CRB-6 no Espírito Santo, a intenção do CRB-6 não é exigir do Estado que os profissionais sejam contratados imediatamente para as mais de 500 escolas. “O que precisamos é criar uma agenda política para pensarmos em como implementar essa ação. Uma das propostas do Conselho foi dividir alguns bibliotecários entre as 11 superintendências de educação do Estado. Se existisse um grupo de profissionais qualificados na atividade, responsáveis por cada área educacional, já seria um passo importante na melhoria da qualidade do serviço oferecido por essas instituições”, afirma.
Para Mariza Martins Coelho, presidente do CRB-6, a falta da figura do bibliotecário nas escolas compromete a educação como um todo, além de dificultar a correta manutenção das desses espaços, fundamentais para um bom funcionamento instituições e para um ensino mais completo e eficiente. “Uma escola de qualidade demanda vários equipamentos e sujeitos habilitados para uma correta atuação. A falta de atenção do Estado com esse aspecto demonstra uma indiferença com a importância educação para o desenvolvimento da sociedade”, finaliza.