Projeto que incentiva a circulação de livros atrai novos adeptos pela cidade
Dizem que o gosto pela leitura se adquire em casa. Pedro Gerolimich sabe disso. Filho de professor de História e de advogada, teve o hábito da leitura aguçado pelas aventuras de Robson Crusoé e dos Três Mosqueteiros, entre outros. Afora o prazer da leitura, algo o incomodava: o fato de os livros se tornarem objetos meramente decorativos — e estáticos — depois de lidos.
O tempo passou, Pedro viajou o país como vice-presidente da União Brasileira de Estudantes e viu quão precário era o acesso ao conhecimento em muitas regiões. Nesse ínterim, sua família continuou a adquirir livros. Até que a biblioteca não comportou mais novas obras. Algo tinha de ser feito.
E foi. Apoiado por colegas da UERJ, onde cursou Administração Pública, colocou em prática a iniciativa de compartilhar livros. Há cinco anos, nascia em Duque de Caxias o projeto “Livro de rua”, que difunde o hábito da leitura com uma condição: que o livro, após lido, não fique na estante, podendo ser compartilhado por mais leitores. Ou “libertado”, como Pedro prefere. “A rua é onde se dão as relações. Por que não estender esse espaço à troca de conhecimento? No evento que fizemos no Leme, no início do mês, cerca de 500 livros foram ‘libertados’”, comemora.
No Leme, a iniciativa chegou tem pouco tempo. No Posto 6, a ação acontece mensalmente (domingo agora tem) e chama a atenção do público por reunir recital de poesia e contadores de histórias. O evento chegou este ano a Santa Teresa, e Pedro quer levá-lo a Laranjeiras e a Ipanema.
Pelo andar da carruagem, o projeto deve atingir em junho a marca de cem mil livros distribuídos, antecipando em seis meses a meta prevista para o fim do ano. “Ninguém coloca no currículo quantos livros leu. Mas eles nos dão uma visão de mundo que proporciona uma melhor inserção tanto na universidade quanto no mercado de trabalho”, defende. Formado também em Geografia, Pedro sabe que, quando bem preparado, o terreno da leitura pode dar bons frutos.
Da dor elas renascem
As Mães sem Nome ganharam da Cruz Vermelha uma sala para encontros e atendimento a quem perdeu seus filhos de forma trágica. O espaço será reformado por profissionais simpáticos à causa. Desde sua criação, em 2011, o grupo se encontrava em locais informais. A reunião mais expressiva foi na JMJ, onde estiveram 83 mães de diferentes regiões do país.
E tem mais…
Durante as celebrações pelos 151 anos da Cruz Vermelha, de 8 a 10 de maio, um painel com fotos dos filhos perdidos será montado pelas mães.
Mordida pelo bicho do teatro
Antonia Frering quase desistiu de “Relações aparentes”, cujo texto lhe foi indicado pelos produtores Edson Fieschi e Luciano Borges. É que a peça, vista por ela em Londres, começa já com um dos atores peladão. “Eles (os produtores) piraram”, pensou a atriz, nascida no tradicional clã Mayrink Veiga. Disposta a deixar o teatro no intervalo, acabou envolvida pelo texto. E a montagem brasileira será comme Il faut. Com a nudez do ator Frank Borges no início, inclusive.
Fonte: O Globo