Data de publicação: 26/12/2012
Por Aldo de A. Barreto
“O ponto não é formar um número de mestres e doutores, mas pensadores, indivíduos questionadores, capazes de buscar respostas às suas perguntas e, com isso, produzir conhecimento para toda a sociedade”. Com essas palavras um ex-presidente do CNPq, Dr. Esper Cavalheiro, resumiu o papel que a pós-graduação deve assumir no Brasil em uma Reunião da Sociedade para o progresso da ciência.
O palestrante criticou o modelo de pós-graduação vigente no país como sendo, “cartorial e inflexível”, que nivela os pesquisadores e não atenta para as particularidades do aluno. “O mestrado não é mais o objetivo final” disse ao explicar que a pós-graduação como resultado de uma seqüência de ensino: graduação, mestrado, doutorado – é uma obrigação ultrapassada. Em sua opinião, a formação de produtores de conhecimento, ao invés de reprodutores, deve nortear as novas diretrizes da pós-graduação no país.
Quanto mais assimétrica a informação, maior a possibilidade de provocar distorções e vantagens indevidas em qualquer processo de avaliação ou comparação. Quanto maior a simetria, mais reduzidas as possibilidade de alguém tirar proveito da informação, em qualquer nível e em qualquer atividade. A questão do valor da informação para avaliação tem sido discutida pelos economistas desde os anos 70, e três vencedores do premio nobel dedicaram seus estudos ao efeito que a informação exerce no comportamento da ambiência econômica. “Recebemos o prêmio por tentar entender que os mercados se comportam quando têm informações imperfeitas”, disse Michael Spence, ex-decano da Universidade de Stanford.
O Nobel de Economia trouxe uma lição importantíssima para o Brasil, que se traduz numa palavra: coerência: mostrando que se ao se comparar e analisar duas coisas: para docentes, pesquisadores, projetos, cursos, programas há que se estabelecer uma simetria de cálculo válida e relevante, principalmente entre produtividade e competência da coisa analisada.
Quando isto envolve o olhar para um contexto de análise ou de avaliação é preciso estar seguro da medida de valorização e de sua posição relativa, entre as partes comparadas; seguro de se estar agregando coisas com características qualitativas definidas bem perto da homogeneidade para destingir e valorizar em separado aquilo que claramente é diferente e com considerável grau de desigualdade.
O produtivismo como valor ou a indefinição do período de tempo das analises podem desandar em princípio de submissão cega à autoridade, disfarçada na busca de práticas voltadas para a competência e a eficiência do sistema. Tem se espalhado por todos os níveis de todas as comunidades uma confusão entre produtivismo de curto prazo e densidade da eficiência medida em prazos maiores. Nestes espaços o argumentar, o discutir se torna um procedimento difícil.
A mão invisível da assimetria das avaliações na pós graduação afaga a influencia estabelecida ou representada, que pretende sempre estar atuando, em nome de uma racionalidade voltada para o a eficácia de uma parte do sistema