Projeto promove a leitura de livros escritos por mulheres
Na sua estante, quantos livros são assinados por homens? Se parar para pensar, talvez o cálculo seja discrepante e você perceba que a literatura produzida por mulheres tem menos espaço nas prateleiras.
Para incentivar o consumo de obras escritas por mulheres, em 2014 a autora britânica Joanna Walsh lançou o projeto #readwomen2014. A iniciativa inspirou mulheres no mundo inteiro, inclusive, as brasileiras, Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques, que criaram o “Leia Mulheres” – um clube de leitura voltado à valorização de obras escritas por elas, de clássicas a contemporâneas.
O projeto começou em São Paulo, em 2015, e agora já acontece em outras cidades do país. Na capital mineira, o encontro surgiu por meio de um convite que as mediadoras paulistas fizeram Camila Borges, Mari Castro e Olívia Gutierez para expandir o projeto.
O “Leia Mulheres BH”, que realizou sua primeira reunião em setembro do ano passado, é um sucesso. Fato comprovado pela superlotação na edição de janeiro, com a presença de cerca de 40 pessoas para discutir Hibisco Roxo, da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
O clube representa mais um movimento de luta pelo reconhecimento da força feminina. Nos debates, o contexto da mulher é posto em evidência. Segundo Mari Castro, o “Leia Mulheres” é um projeto que busca divulgar a importância da representatividade. “O universo literário está (como tantos outros) dominado pela escrita de homens, brancos, de classe média e heterossexuais. Acredito que precisamos dar mais visibilidade às mulheres, aos negros, transexuais e pobres”, completa.
Atualmente, as reuniões acontecem no Sesc Palladium, na última quarta-feira do mês, às 19h30. A didática é simples: qualquer um pode participar. Inclusive homens. Os integrantes do clube exploram, em roda, detalhes dos livros que são escolhidos por eles mesmos. Na próxima edição, dia 31 de agosto, o título debatido será “Como ser Mulher”, da britânica Caitlin Moran.