A delegada regional do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região Minas Gerais e Espírito Santo (CRB-6), Julive Argentina (CRB-6/819 ES), concedeu, no dia 7 de dezembro às 11h, uma entrevista para a TV Horizonte sobre a representatividade das mulheres.
Nos últimos anos, elas ganham cada vez mais espaço nas obras literárias, segundo a apresentadora Moninha. “O maior exemplo veio na última edição do prêmio Jabuti com uma premiação marcada por mulheres”.
Segundo Julive, definitivamente, a literatura não é um ambiente só para homens. “A gente tá vendo aí que sempre foi muito integrado, mas que elas tinham pouco espaço nesse mercado editorial e, nos últimos anos, estão se destacando, sendo que essa representatividade acontece, principalmente, neste ano”. Na categoria de poesia desta edição, todas as finalistas do prêmio Jabuti foram mulheres, ou seja, um fato histórico para Julive, não só para a literatura, mas para a vida.
Literatura africana
Outro ponto abordado na entrevista foi a importância das vozes femininas na literatura africana, tendo como exemplo, a escritora Nadine Gordimer, falecida em 2014. Ela abordava o conflito racial existente na África do Sul e chegou a ter obras censuradas pelo governo do país.
Julive afirma que além das questões envolvendo a feminilidade, o cotidiano e os aspectos históricos, escravocratas, racismo e a discriminação sexual, são outros pontos relevantes. “As escritoras africanas têm um contexto ainda maior para abordagem, como por exemplo, a camaronesa Léonaro Miano com 14 livros publicados, traduzidos em diversos idiomas e que ganhou uma série de prêmios com a obra Dentro da noite. A literatura dela é, justamente, caracterizada pela consciência negra e a dispersão do povo africano mundo afora, em decorrência da escravidão. Então, é uma série de fatores”, observa. Além de Nadine e Léonaro, as escritoras Chumamanda Ngozi Adichie e Scholastique Mukasonga também foram citadas pela Bibliotecária.
Indígenas
As indígenas brasileiras também estão conquistando espaço na literatura, conforme a jornalista Moninha, deixando de serem somente personagens. A importância desse fenômeno é a desconstrução do estereótipo e a tomada do protagonismo. Julive citou que os índios estão contando sua própria história, sendo que, “quando você é o protagonista, tem muito mais propriedade para falar”.
A Bibliotecária ainda citou os livros A terra dos mil povos – Kaká Werá Jecupé e Nós: Uma antologia de literatura indígena –, ambos de autores indígenas e interessantes.
Para saber mais sobre o assunto assista a entrevista na integra através do site .