Entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, o Colégio Neuza Dutra, localizado no bairro Vila Cristina, em Betim (MG), celebrou a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca com uma programação especial que envolveu toda a comunidade escolar. Com o tema “Histórias que criamos: conectando leituras, mediando informações, acessibilidade, cultura e tecnologia”, o evento, que saiu na mídia, proporcionou uma experiência enriquecedora, com atividades que vão além da simples leitura de livros, estimulando a criatividade e a reflexão sobre a importância do acesso à informação e à inclusão cultural.
A Bibliotecária responsável por toda a organização da biblioteca da escola, Geovânia Urcelina da Silva (CRB-6/4118), destacou a relevância dessa ação para o desenvolvimento intelectual dos alunos. Em entrevista, ela enfatizou que a Semana do Livro é um momento essencial para fortalecer o vínculo dos estudantes com a leitura, além de integrar a biblioteca à dinâmica escolar, promovendo um ambiente mais acessível e culturalmente enriquecido.
“Esse evento tem um impacto duradouro. Ele vai muito além de uma simples programação escolar. A ideia é criar uma imersão no mundo dos livros e estimular os alunos a explorarem diferentes tipos de leitura, desde os literários até os científicos e técnicos. Isso abre novas perspectivas e os envolve com o ambiente da biblioteca, criando uma cultura de leitura que vai para além dos muros da escola”, afirmou Geovânia.
Arquivo pessoal
A programação foi variada e contou com palestras, oficinas, apresentações culturais e momentos de interação entre alunos e a comunidade. Entre as atrações mais esperadas estava a palestra com a escritora Paula Pimenta, que compartilhou sua trajetória e inspirou os alunos do ensino fundamental e médio. Para as crianças do ensino infantil, a exibição do filme “Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca” foi um sucesso, tornando o universo da leitura ainda mais mágico e acessível.
Além disso, o evento contou com o “Brunelo”, o mascote literário do colégio, que comemorou seu segundo aniversário durante a Semana do Livro. Criado na primeira edição do evento, Brunelo se tornou uma figura simbólica e afetiva, sendo um grande aliado na promoção da leitura entre as crianças. A cada edição, o mascote tem evoluído, ganhando novas formas de interação com os alunos. Este ano, a figura de Brunelo foi utilizada de forma lúdica, incentivando as crianças a se fantasiarem de seus personagens literários favoritos e até mesmo a levarem o mascote para casa, criando um vínculo mais íntimo e compartilhado com os livros.
A Semana do Livro também foi marcada por um grande foco em acessibilidade. Geovânia Urcelina destacou que a escola tem se dedicado a promover uma biblioteca inclusiva e que se preocupa em garantir que todos os alunos, independentemente de suas condições, tenham acesso à leitura e ao conhecimento. Para isso, a instituição contou com a participação de profissionais como Wander Ferreira (CRB-6/2813), Bibliotecário e contador de histórias cego, que apresentou o braille e as tecnologias assistivas aos alunos, e uma intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), que ensinou os alunos a se comunicar com surdos e a compreender a importância da inclusão social.
“É fundamental que a biblioteca não seja vista apenas como um local de leitura, mas como um espaço de transformação, onde todos, independentemente das suas condições, possam encontrar uma oportunidade de aprendizado. Trabalhamos para que a acessibilidade seja parte do nosso cotidiano, tanto no conteúdo que oferecemos quanto na maneira como nos comunicamos com nossos alunos”, explicou Geovânia.
Arquivo pessoal
O evento também contou com oficinas culturais que exploraram a relação entre literatura e outras formas de arte, como o cinema e as animações. A cineasta Daniele Ascipriano trouxe uma visão única sobre como a literatura pode influenciar e inspirar produções audiovisuais, e Bruno Oorub, ilustrador digital, mostrou aos alunos a importância do design e da criação de personagens.
A premiação dos “melhores leitores” da escola foi outro momento de destaque, onde alunos que se destacaram pelo compromisso com a leitura ao longo do ano foram reconhecidos. Essa ação visa incentivar o hábito da leitura e motivar os estudantes a se tornarem leitores assíduos.
Brunelo e as “viagens literárias”
O projeto “Brunelo”, que se tornou uma verdadeira tradição na escola, é uma das iniciativas mais queridas pelos alunos. O mascote, que começou como uma simples pelúcia, agora faz parte de um projeto pedagógico que envolve os alunos em atividades de leitura compartilhada. Mais de 400 estudantes participaram, ao longo do ano, das “viagens literárias” com Brunelo, que vai até as casas dos alunos para incentivar a leitura junto às famílias.
Este ano, o projeto evoluiu com a criação de panfletos, como se os alunos estivessem organizando suas próprias agências de turismo literário. Eles produziam materiais gráficos sobre os livros lidos, detalhando personagens, cenários e aprendizados. Essa atividade não só estimulou a leitura, mas também desenvolveu habilidades de comunicação e criatividade.
“Brunelo se tornou um ícone para todos. Ele não é apenas um mascote, mas um elo afetivo que conecta alunos, famílias e professores no prazer da leitura”, comentou Geovânia. Além disso, a entrega do prêmio ao melhor leitor do ano foi um momento especial que envolveu a participação das famílias, reforçando o papel fundamental dos pais no incentivo à leitura.
A biblioteca como espaço de transformação
Para Geovânia, a biblioteca da escola tem sido mais do que um espaço de livros: ela tem sido um centro de aprendizado, acessibilidade e transformação. “A biblioteca é um local de mediação, de troca de saberes. Ela deve ser dinâmica, deve dialogar com os alunos e professores e, acima de tudo, deve ser acessível a todos. Isso é o que estamos buscando com cada atividade realizada durante a Semana do Livro e da Biblioteca”, concluiu.
Com o sucesso da Semana do Livro, o Colégio Neuza Dutra se firmou como um exemplo de como a educação pode ser transformadora quando aliada à leitura, à inclusão e à cultura. A iniciativa se consolidou como um evento aguardado por todos, deixando um legado importante para os estudantes e para a comunidade escolar de Betim.
