“Uma biblioteca é um organismo em crescimento” – em 1931 o matemático e bibliotecário indiano Shiyali Ramamrita Ranganathan instituiu esta como a quinta lei fundamental para a biblioteconomia. Passados 82 anos desde que “Leis de Ranganathan” foram publicadas, a quinta lei talvez seja a que mais assola os bibliotecários nos dias atuais. Desde o início da formação em biblioteconomia aprende-se que o significado de biblioteca é a coleção de livros dispostos ordenadamente. Assim sendo, é, no mínimo, constrangedor para o bibliotecário ter seu acervo mal organizado devido a falta de espaço. Então, como lidar com o organismo em crescimento?
Com os avanços tecnológicos, a informação adquiriu diversos formatos que vão além do tradicional livro, a biblioteca passou a ter uma nova roupagem e passa por um processo de transformação oferecido pelo mercado informacional. Diante de tal situação, não cabe apenas adquirir assinaturas e livros digitais na ilusão de que o problema de falta de espaço estará resolvido pois, as publicações em formato digital não suprem plenamente toda a necessidade da unidade de informação. O bibliotecário deve ter bem definida a política de aquisição e desenvolvimento de coleções.
As publicações em formato digital têm contribuído e muito, para a propulsão do conhecimento técnico e científico, mas não se pode ignorar a importância do livro impresso. A biblioteca é o local de interface entre o usuário e o conhecimento e por esse motivo não pode se abster da necessidade de atender satisfatoriamente seus usuários. A política de aquisição, expansão e atualização do acervo deve estar pautada num trabalho interdisciplinar, que consiste no planejamento – este não é um trabalho isolado do bibliotecário. A ação interdisciplinar para formação do acervo contribui para a aproximação entre os usuários e o gerenciamento da biblioteca buscando sempre a qualidade na formação acervo, em outras palavras – fazer deste um serviço eficaz e de excelência.
Uma biblioteca, em especial a universitária, existe para suprir as necessidades de ensino, pesquisa e da extensão. Um dos parâmetros para que essa teoria torne-se prática é priorizar a bibliografia básica e complementar dos cursos, obras de referências em assuntos gerais, específicos ou correlatos. A pesquisa e a extensão exigem maior amplitude de materiais em convergência a racionalização dos recursos financeiros, humanos, equipamentos e obviamente espaço físico.
As formas de aquisição de itens para o seu acervo (compra, doação ou permuta), podem se tornar desagradáveis quando o bibliotecário lida com a falta de espaço, por isso é importante o desbaste e o descarte sejam práticas inerentes à atividade bibliotecária, ainda mais quando cada milímetro da estante é disputado entre as publicações.
A política de desenvolvimento de coleções significa planejar e acompanhar de forma padronizada e segura o desenvolvimento do acervo, nenhuma ação deve ser fundamentada no improviso, a adequada utilização do espaço físico da biblioteca para o arranjo do acervo deve estar de acordo com as necessidades e anseios da comunidade universitária.
Fonte: Vértice Books | Cátia Cristina Souza (CRB-8/7209)