Em nota oficial, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou ter atuado “em diversas frentes neste ano de 2013. Uma delas, foi trabalhar intensamente para projetar o setor no mercado internacional, mostrando todo o potencial do Brasil como vendedor de direitos autorais e não apenas como comprador.”
O destaque deste trabalho pôde ser conferido na Feira do Livro de Frankfurt, que aconteceu em outubro passado, na qual o Brasil foi convidado de honra. Por meio do Projeto Brazilian Publishers – parceria da CBL e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), as editoras participantes puderam se preparar, muito antes de embarcarem para a Alemanha, recebendo orientações focadas para os objetivos propostos.
Este suporte teve continuidade em Frankfurt e o resultado foi bastante positivo. As editoras presentes na Feira do Livro de Frankfurt estimam um faturamento de US$ 1,45 milhão, entre negociações de direitos autorais e obras impressas, para os próximos 12 meses. Além de Frankfurt, as editoras participaram das Feiras de Bolonha (Itália) e Guadalajara (México).
A entidade também participou de inúmeras videoconferências e reuniões junto a organizações internacionais, a exemplo da Internacional Publishers Association (IPA). Esta atuação é de suma importância, pois permite à entidade acompanhar o que tem acontecido mundo afora com o mercado editorial e livreiro e avaliar iniciativas e práticas internacionais que dão subsídios para pensar soluções às nossas questões nacionais.
No ano de 2013, a CBL acompanhou de perto vários assuntos relacionados ao mercado editorial. Juntamente com o Fórum do Livro, Leitura e Literatura pelo Direito Autoral – que é composto por todas as entidades da cadeia produtiva e criativa do livro – foi avaliado o anteprojeto de alteração da Lei de Direitos Autorais, em discussão no Ministério da Cultura, e apresentados comentários e sugestões. A entidade participou de audiência pública para discutir o assunto, na qual defendeu de forma bastante incisiva o posicionamento do setor, que luta para que a proposta, ainda a ser discutida no Congresso Nacional, trate o Direito de Autor com a devida importância, garantindo a ele e aos demais envolvidos, o nível de proteção adequado que é vital para a cadeia produtiva e criativa do livro.
Outra importante participação foi na audiência pública sobre o Projeto de Lei que visa atualizar a definição de livro, alterando a Lei 10.753, de 2003. Este é um projeto muito importante para esclarecer sobre a imunidade conferida ao Livro, em todos os seus formatos. A missão do setor é produzir, cada vez mais e melhor, livros impressos e digitais para desenvolver o mercado e contribuir para a ampliação do número de leitores em nosso País, que ainda é tão baixo, conforme demonstra a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro.
A CBL esteve presente em todas as reuniões do Colegiado Setorial do Livro, que tem por finalidade propor iniciativas e sugerir ao Ministério da Cultura a implementação de políticas públicas para o livro.
Um dos assuntos tratados de perto pela entidade foi o Fundo Setorial Pró-Leitura. O entendimento é de que o País carece de políticas públicas nesta área, porém, a cadeia produtiva não deve ser onerada, já que o setor vive um momento de grandes desafios. O mercado editorial enfrenta uma adequação frente às novas tecnologias e reposicionamento no mercado global, o que exige mais investimentos dos empresários do livro. Também o número de livrarias do país tem diminuído consideravelmente: no ano passado, 12% destes estabelecimentos encerraram suas atividades, conforme apurado pelo “Diagnóstico do Setor Livreiro” realizado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL).
Outro importante tema acompanhado pela CBL em 2013 foi a discussão, na Câmara dos Deputados, do Marco Civil da Internet (Projeto de Lei nº 2.126/2011), que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. O assunto é relevante por tratar as questões do direito autoral nos meios eletrônicos.
Outra iniciativa da entidade com o objetivo de contribuir para a discussão sobre o livro digital, foi a realização do 4o Congresso Internacional CBL do Livro Digital, realizado nos dias 13 e 14/06. O evento, que contou com 21 palestrantes nacionais e internacionais, trouxe um panorama atual sobre diversos assuntos que cercam o universo do livro digital, como seu papel na educação, o limite entre os games e os livros digitais infantis, sua influência na leitura, sua presença nas redes sociais, as soluções para questões que envolvam direitos autorais, os empreendimentos da área de tecnologia e a acessibilidade digital. Ao final, as editoras participantes responderam a uma pesquisa sobre o livro digital, disponibilizada na internet.
O grande desafio em 2014 para a CBL será a realização da 23ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, cujos preparativos estão a cargo de uma comissão integrada por cinco Grupos de Trabalho (GTs), cada um deles responsável por um setor: Atividades Culturais e Educacionais; Atividades Profissionais; Expositores e Infra-estrutura; Parcerias e Patrocínios; e Comunicação.
Com patrocínio da Lei Rouanet, a 23a Bienal Internacional do Livro de São Paulo está programada para acontecer de 22 a 31 de agosto de 2014, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Este é o maior momento do livro no Brasil, pois permite ao público o contato direto com os principais autores, editoras, livrarias e distribuidoras do País.
O tema do evento é “Diversão, cultura e interatividade – tudo junto e misturado ”, para mostrar que a Bienal terá programação intensa e abrangente, mesclando literatura, música, cultura, gastronomia, cinema, debates, shows, e entretenimento para pessoas de todas as idades.
Em parceria com as editoras participantes, o papel da CBL na Bienal Internacional do Livro, enquanto promotora, é apresentar ao público autores consagrados e novos talentos, além de proporcionar uma rica troca de experiências entre visitantes e escritores. Duas grandes novidades do evento são a curadoria cultural, que está sob a responsabilidade do Sesc-SP, e a realização do 5º Congresso Internacional CBL do Livro Digital, abrindo as atividades da Bienal 2014.
Fonte: Monitor Digital