Com o surgimento do livro impresso, as bibliotecas passaram a ter uma nova concepção pela sociedade, no século XVII surgiram as primeiras bibliotecas públicas patrocinadas por mecenas (pessoas que patrocinavam artistas e escritores para obter prestígio), a abertura em massa de museus e bibliotecas se deu a partir da Revolução Francesa e também alavancou os ideiais de educação pública laica e gratuita.
O bibliotecário passou a ter visibilidade a partir do momento em que a biblioteca deixou de ser apenas um local de conhecimento restrito tornando-se um local onde todos pudessem ter acesso aos conteúdos disponibilizados por ela. Apenas no século XIX, sentiu-se a necessidade de um profissional especializado para gerir a biblioteca tornando-se então a biblioteconomia uma profissão socialmente indispensável.
Em 1876, nos Estados Unidos havia movimentos em prol da maior formação técnica dos bibliotecários, também era articulada a criação de novos cursos de formação, curiosamente notou-se a grande procura de mulheres pela profissão, numa época de grande resistência a entrada feminina no mercado de trabalho e universidades.
No Brasil, a primeira biblioteca pública – a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro foi inaugurada em 1810 e o primeiro curso de biblioteconomia em 1915, o curso era ministrado na própria Biblioteca Nacional, tinha cinco disciplinas: bibliografia, paleografia e diplomática, iconografia e numismática. A gênese do curso era o modelo da Ecole de Chartres da França, com visão profundamente humanística, o curso tinha dois anos de duração; em 1922 foi extinto, porém logo restabelecido em 1933.
Após esse breve e sucinto passeio pela história das bibliotecas e dos bibliotecários, fica compreensível algumas características e avanços da profissão de bibliotecário, a biblioteconomia desenvolveu-se de um simples conjunto de práticas a uma ciência humana aplicada capaz de relacionar-se com diversas disciplinas em prol da difusão da informação e do conhecimento humano.
Há 34 anos foi instituído no Brasil o dia 12 de março como o dia do bibliotecário, reconhecido oficialmente pela legislação brasileira por meio do Decreto nº 84.631, de 12 de abril de 1980. É consenso, entre os diversos setores da sociedade a importância das bibliotecas e demais centros de informação e documentação para o desenvolvimento intelectual humano, cada profissional contribui a sua maneira para a história dessa profissão mistificada, indagada em algumas situações chega até a ser desconhecida por alguns, porém agraciada e respeitada por todos que compreendem o real valor da informação.
Fonte: Vértice Books | Cátia Cristina Souza