No dia 12 de março foi comemorado o Dia do Bibliotecário. Se por muito tempo, a profissão, no imaginário popular, era daquela senhorinha, que ficava atrás do balcão da biblioteca e pedia silêncio, atualmente a história é outra.
A era digital trouxe novos desafios para a profissão, que trabalha essencialmente com informação e por isso pode atuar em diversas áreas. “A profissão do bibliotecário está em fase de transição, com muitas alterações nas rotinas das bibliotecas, principalmente proporcionadas pela crescente oferta de conteúdo digital e serviços. É um momento fascinante, com muitas oportunidades e desafios, com a importância do trabalho valorizada pela necessidade de precisão na recuperação da informação, tão abundante nos dias de hoje”, explica a bibliotecária Liliana Giusti Serra.
Entre as atribuições de um bibliotecário estão atividades de organização, tratamento, análise e recuperação de informações em diversos suportes (físicos ou digitais) com o objetivo de suprir as necessidades de informação dos usuários em todos os segmentos da sociedade, incluindo o avanço científico-tecnológico e o desenvolvimento social do país.
“O mercado de atuação do profissional é amplo, podendo atuar em bibliotecas, arquivos, museus, empresas, indústrias, área da saúde, escritórios de advocacia, instituições de ensino, portais de notícia, sites etc. Como o bibliotecário é um gestor de informação, ele pode atuar em qualquer segmento que precise desse capital intelectual”, explica.
Na área pública o bibliotecário também é bastante requisitado, sendo possível encontrar vagas em diversos concursos públicos. Isso porque na área pública a atuação deste profissional é diversa, tanto nas bibliotecas estaduais e municipais, quanto na área de ensino desde escolas de ensino infantil, fundamental e médio, a cursos técnicos e universidades. Nesse setor também são compreendidos os tribunais, assembleias, câmaras, instituições culturais, administrativas ou quaisquer outras atividades que estejam vinculadas a acervos e que necessitem de organização de informação.
Tecnologia
Liliana conta que atualmente as bibliotecas dependem diretamente da tecnologia, pois ela automatiza atividades rotineiras como catalogação e circulação. “A tecnologia está impregnada na área, principalmente com a oferta de consulta a acervos e serviços pela internet, como pela propagação das bibliotecas digitais e publicações eletrônicas. As ferramentas tecnológicas permitem que as bibliotecas realizem a gestão de seus acervos, proporcionando a localização e utilização dos recursos informacionais desejados pela comunidade usuária. A utilização de tecnologias da informação exige do profissional habilidades para oferecer produtos e serviços de informação em um mercado de trabalho globalizado”, explica ela que atualmente trabalha na área de desenvolvimento de softwares, outro nicho da profissão. Liliana participou do desenvolvimento dos softwares SophiA Biblioteca e SophiA Acervo, soluções tecnológicas para gestão de acervos bibliográficos e não bibliográficos, da empresa Prima.
O piso salarial varia muito de acordo com a área e o tempo de experiência. De acordo com o Sindicato dos Bibliotecários do Estado de São Paulo (SinBiESP), o piso do profissional que ingressa na carreira é de R$ 2.200 para carga horária semanal de 40 horas, mas pode atingir cifras bem superiores, acima de R$ 10.000. Por isso a procura pelos cursos de biblioteconomia vem crescendo. “A procura pelo curso é crescente, com ampliação da área de atuação do bibliotecário.
Normalmente o perfil do estudante é formado por pessoas que trabalham em bibliotecas e procuram a capacitação para crescimento na carreira”, explica Liliana, que já atuou também em bibliotecas escolar, universitária e jurídica, e principalmente na área cultural, organizando coleções sobre a América Latina e acervos pessoais de intelectuais, como Lygia Fagundes Telles, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Mario Quintana, Erico Veríssimo, Paulo Autran, Decio de Almeida Prado, entre outros.
Fonte: Jornal de Jundiaí | Luciana Alves