Data de publicação: 19/04/13
Por Jornal Cruzeiro do Sul
Dois meses depois de contarem ao jornal Cruzeiro do Sul o drama de verem encaixotados os livros do espaço que era conhecido como Biblioteca Comunitária da Associação Kairós, voluntários do projeto comemoram uma conquista: eles tiveram de volta a sala que ocupavam no Centro Esportivo do Jardim Maria Eugênia e ainda ganharam o direito de ocupar uma sala ao lado. Essa nova fase do projeto da Kairós será inaugurada amanhã, às 14h, e passa a se chamar Sala de Leitura Eliane Gonçalves Pereira. Palestras, shows musicais e com palhaços, e contação de história fazem parte da programação, que será oferecida nesse fim de semana, com entrada gratuita. A Sala de Leitura vai funcionar no mesmo horário do Centro Esportivo, das 9h às 17h, e aos domingos e feriados, a partir das 14h. O acervo hoje tem mais de 8 mil livros.
Há um ano, aproximadamente, a administração do centro esportivo pediu a sala que era ocupada há 5 anos pela biblioteca. Na ocasião, foi oferecida uma outra sala, esta porém não tinha tamanho suficiente para abrigar os livros e outras ações gratuitas promovidas pelos voluntários, como cursos para concursos públicos, entre outros. Desde que tiveram que fechar as portas do espaço, os integrantes desse projeto procuravam por um espaço que pudessem acomodar os livros de títulos variados, conforme matéria publicada no Mais Cruzeiro de 13 de fevereiro desse ano. “No entanto, o Yabiku (Francisco Moko Yabiku, secretário de Esporte) nos procurou e ofereceu tanto a sala que era usada antes como uma outra que fica ao lado”, contou Angeles Paredes Toral, bancária aposentada, autora de alguns livros e pesquisadora na área cultural que acabou se tornando uma das voluntárias da sala de leitura.
Angeles informa que a exemplo do que já era feito antes, as locações dos livros serão gratuitas e sem um controle de data para entrega. “O comprometimento da comunidade e a consciência da importância dessa sala de leitura para o bairro e seus moradores é tão grande que não é necessário haver controle. Todos os livros são devolvidos, o que é muito interessante e bonito”, disse. Estão nos planos dessa nova fase dar continuidade aos projetos já realizados anteriormente – os cursos e as oficinas – e implantar algumas novidades, como aulas de reforço escolar. “Temos várias outras ideias, como realizar oficinas de confecção de livros com papel reciclável, cursos de artesanatos, sessões de cinema… Queremos reunir pessoas para promover sessões de leitura para acamados e realizar projetos sociais com crianças e adolescentes”, afirmou a voluntária.
O nome dado ao espaço – Eliane Gonçalves Pereira – é uma homenagem à menina que era moradora do bairro e faleceu ainda criança, mas a tempo de ser inspiração para a comunidade. O professor Paulo Gazzi (um dos idealizadores e voluntário da biblioteca) conta que a menina, que tinha dificuldades de locomoção, costumava ficar numa área verde em frente a casa dela, plantando grama e diferentes espécies de plantas, estimulada pela avó, com quem morava. “Aquilo foi gerando na vizinhança uma vontade de ajudá-las e todos foram se envolvendo, até fazer, praticamente, uma praça num local onde quase não havia nada”, recorda o professor, dizendo que o lugar, anos depois de sua morte (ele não soube dizer a data), é uma bela alameda recheada de verde. Paulo disse ainda que tentou localizar a família de Eliane, que acabou se mudando do bairro, mas não conseguiu encontrá-los.
Contato com a Associação Kairós e voluntários da sala de leitura pelo email ongkairos.sorocaba@gmail.com ou pela sua página no facebook, procurando por Kairós Sorocaba.
Fonte: Brasil que Lê