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O Bibliotecário norte-americano Melvil Dewey (1851-1931) é geralmente considerado como o “pai” das Bibliotecas modernas pela invenção do sistema de classificação de livros e documentação, conhecido como Sistema Decimal de Dewey, usado em quase todas as Bibliotecas nos países de língua inglesa. Ele também foi diretor da Biblioteca de Nova Iorque, entre 1889 e 1906, sendo um dos fundadores da American Library Association (ALA, Associação de Bibliotecas Americanas em portugês).
A direção da Associação votou a renomeação da Medalha Melvil Dewey, atribuída anualmente a quem tenha um trabalho inovador nesta área, pois Dewey não permitia que judeus e afro-americanos frequentassem um clube de lazer por ele fundado. Também é sabido que ele “fez diversos avanços inapropriados em mulheres com quem trabalhava “, segundo o comunicado da ALA, concluindo: “O comportamento demonstrado por Dewey ao longo dos anos não representa os valores fundamentais da ALA quanto à equidade, diversidade e inclusão”.
As críticas ao comportamento dele não são de hoje. Em 1904, uma petição pública pedia o afastamento da direção da Biblioteca de Nova Iorque, devido ao seu antissemitismo. Na mesma altura, foi afastado da ALA, depois de quatro mulheres, que foram suas funcionárias, o terem acusado de assédio sexual. Em 1930, teve de pagar dois mil dólares num acordo extrajudicial a uma das secretárias que o tinha processado.
A Associação ainda não decidiu qual será a nova denominação da Medalha Dewey. A decisão de retirar o nome dele acontece depois de ALA também ter decidido retirar o nome Laura Ingalls do prêmio para literatura infantil, dizendo que o legado da autora da obra “Uma Casa na Pradaria” é complexo, sobretudo no que toca ao retrato estereotipado que ela faz dos afro-americanos e dos americanos nativos.