Ana Cristina Morgado decidiu investir em uma nova área após quase 20 anos em sala de aula
Formada em Ciências Biológicas e professora da Educação de Jovens Adultos (EJA) há quase 20 anos, Ana Cristina Morgado decidiu buscar novos ares em 2010. Desmotivada com a sala de aula, fez vestibular para o curso de Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se formou em 2014, na primeira turma da história da instituição.

Ana Cristina Morgado buscou um novo campo de atuação na ECI (Foto: Arquivo pessoal)
No mesmo ano da formatura, ela fez a prova do Enem para conseguir orientar melhor seus alunos. Com a nota, porém, viu que poderia começar um novo curso. A escolha pela Biblioteconomia foi natural, já que ela tivera contato frequente com algumas das disciplinas do curso na Escola de Ciência da Informação (ECI) – embora confesse que não tinha noção do que era a área quando se inscreveu. “A gente passa pela escola sem saber o que o bibliotecário faz ou pode fazer. É um campo de atuação muito amplo.”
Daqui a cinco anos ela poderá se aposentar como professora, mas ainda se considera jovem para deixar de trabalhar. “Quero fazer mais. A Biblioteconomia me abre um mercado novo. Vou terminar o curso no final do ano, dar um tempo e, se tudo der certo, tentar um mestrado.”
Para contar essa história em detalhes, Ana enviou um depoimento para o Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6). Confira abaixo:
Por que escolhi mesmo a Biblioteconomia?
“No meu caso, não é uma resposta cartesiana. Foram vários os motivos que contribuíram para o meu retorno à universidade depois de formada há quase duas décadas em Ciências Biológicas e atuando como professora de Ciências na modalidade EJA. Inicialmente, prestei vestibular para Museologia, em 2010. O curso era novo, oferecido pela ECI, na UFMG, e apresentado pelo coordenador da época, o bibliotecário e professor Paulo da Terra.
Cursando Museologia, percebi que novas possibilidades se abriam à minha frente. O contato com os colegas e alguns professores da Biblioteconomia mostrou-me que ela não se restringia apenas ao espaço da biblioteca, lugar onde impera o silêncio, a ordem e a disciplina. É mais que isso. É o trato com a informação e sua recuperação, que permite atuar não somente em instituições educacionais como também em empresas, escritórios e sites, de forma a organizar, gerir e disponibilizar informação para as pessoas que dela necessitam. Isso é realmente estimulante.
Então, cá estou. A Museologia e a Biblioteconomia, com seu caráter interdisciplinar e multidisciplinar, me ajudaram a compreender a real importância da informação para a construção do pensamento e do conhecimento humano e a formação cultural da sociedade.”
Estudantes contam suas histórias
O CRB-6 já publicou outro depoimento de uma aluna de Biblioteconomia. Mariana Cruz contou como criou um vínculo com a literatura, quais profissionais a inspiraram e porque ela escolheu o curso. Leia o relato aqui.