Em um mundo onde a informação é abundante, mas nem sempre confiável, as bibliotecas assumem um papel crucial na promoção do acesso à informação de qualidade e na luta contra a desinformação. No entanto, à medida que a tecnologia avança e a sociedade evolui, as bibliotecas enfrentam grandes desafios, que exigem uma adaptação criativa e estratégica. É o que foi discutido, entre outras pautas, no 4º Encontro de Bibliotecários Jurídicos de Minas Gerais, organizado pelo Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) e a Seção de Biblioteca da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região (TRT-3), realizado no dia 23 de maio, em Belo Horizonte, no auditório da sede do TRT-3, onde 110 Bibliotecários se reuniram.
A abertura do evento foi feita pelo Coordenador do Setor de Fiscalização do CRB-6, Dr. Mário Garrido. Em seguida, o encontro contou com uma apresentação do Gerente Regional de Contas da EBSCO Information Services, Everson Luís do Nascimento, sobre inovações com FOLIO – plataforma de serviços de biblioteca, que integra a gestão de recursos impressos e eletrônicos. Em seguida, foi a vez de Leonardo Silva Oliveira, gestor de conteúdos da vLex – Informação Jurídica Inteligente, subir ao palco para apresentar a base de dados que ela representa, que oferece informações jurídicas de mais de 130 países, baseada em inteligência artificial.
Na sequência, a Mesa de Abertura teve a participação do Diretor Acadêmico da Escola Judicial do TRT-3, Dr. Cléber Lúcio de Almeida, do presidente do CRB-6, Álamo Chaves (CRB-6/2790), do 2º Vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), Des. Renato Luís Dresch, do Diretor da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dr. Eduardo Valadares, e da Bibliotecária do TRT-3, Márcia Pimenta (CRB-6/1485).
O Painel 1 teve como tema central o “Desafios jurídicos na era da desinformação: O papel da informação no Direito”, e contou com a mediação do juiz auxiliar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo. A primeira palestra do dia foi a “Jurisdição na era da desinformação: Enfrentando os desafios do mundo digital”, ministrada pelo pró-reitor de Pesquisa da Escola Superior Dom Helder Câmara, Dr. Caio Augusto Souza Lara. Nela, ele abordou assuntos como a hiperconectividade, fake news e desinformação. “Falamos muito sobre inverdades e como funciona a sociedade hiperconectada, trazendo alguns referenciais teóricos”, declarou Dr. Caio Augusto.
A segunda palestra do dia e última do painel, ministrada por Adriana Goulart de Sena Orsini, desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) e professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi “Informação e desinformação: Questões contemporâneas no campo jurídico”. Para a professora, o encontro foi extremamente positivo, “principalmente pelo diálogo interdisciplinar entre Direito, Biblioteconomia, Bibliotecários e profissionais jurídicos. Isso avança em questões realmente preocupantes, como fake news, desinformação, e desafios do uso da utilização do Chat GPT, inclusive por bibliotecas”.
Depois de um coffee break e da apresentação cultural com o violeiro Gustavo Guimarães, foi iniciado o segundo painel, com tema “Inteligência artificial e o seu impacto nas bibliotecas e nos serviços de informação”, cuja mediação ficou por conta da professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dra. Marina Cajaíba da Silva Horta.
A primeira palestra do painel, ministrada por Ana Paula Meneses Alves (CRB-6/3636), professora da Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG, abordou o tema “Inteligência artificial e competência em informação: Relação de amor ou ódio? Aspectos éticos, críticos, sociais e interculturais que o profissional da informação deve ponderar”. Nela, a professora Ana Paula trouxe alguns documentos orientadores para os profissionais usarem como fontes, com intuito de se informar mais sobre a inteligência artificial. “É interessante pensar que a IA é uma ferramenta que deve ser apropriada pela comunidade no dia a dia em dois sentidos: o primeiro é para ajudar o usuário, pensando na ferramenta como produto de suporte dentro de uma biblioteca. E também pode ser visto como recurso para o seu próprio dia a dia de trabalho do Bibliotecário, de forma a otimizar suas atividades. Enquanto profissionais que lidam com a informação, temos que ver essa ferramenta de uma forma ampla”, finaliza a professora.
Por fim, foi a vez de Carlos Alberto Ávila Araújo, também professor da ECI/UFMG, ministrar a palestra “Atuação profissional no campo da informação no cenário de desinformação e discursos de ódio”, na qual ele abordou uma sociedade doente de tanta informação, uma Infodemia. “Ao mesmo tempo que temos muita informação, temos também muito ódio e ignorância. Acreditava-se que, na sociedade da informação, haveria mais pessoas esclarecidas. Mas o que ocorre, muitas vezes, é o contrário”, declarou o professor.
No final do 4º Encontro de Bibliotecários Jurídicos de Minas Gerais, os presentes tiveram a chance de participar do sorteio de dois brindes, de desfrutar de um delicioso coquetel e de ouvir mais canções tocadas pelo violeiro Gustavo Guimarães.
A comissão organizadora contou com a colaboração do presidente do CRB-6, Álamo Chaves; da Bibliotecária do TRT-3, Márcia Lúcia Neves Pimenta; do analista judiciário do TRT-3, Bruno Taunay Gripp Mota (CRB-6/2617); do gerente regional de contas da EBSCO, Everson Luís do Nasdimento; do Bibliotecário da Escola Superior Dom Helder Câmara, Lucas Martins de Freitas Júnior; da estagiária do TRT-3, Beatriz de Paula Silva; e do gerente de Jurisprudência, Biblioteca e Publicações Técnicas do TJ-MG, Thiago Doro.
O evento foi transmitido ao vivo no canal do CRB-6 e do TRT-MG no YouTube. O certificado já está disponível neste site.