BRUNO NUNES BONO
A pesquisa teve como objetivo principal analisar se as crenças do estrategista interferem em seu comportamento no uso da informação, em situações de tomada de decisão vinculadas a riscos organizacionais. Realizou-se uma revisão de literatura relacionada com os principais construtos envolvidos, tais como: Biologia do Conhecer de Maturana e Varela, Riscos e tomada de decisão estratégicas, emoções e crenças pessoais e uso da informação.
A produção acadêmica vinculada a essa problemática é escassa, de forma que esta pesquisa trilhou por caminhos muito pouco explorados. Para tal investigação, com abordagem qualitativa, foram entrevistados cinco estrategistas, diretores de cinco hospitais, tendo como ferramenta um roteiro de entrevista semiestruturado que após sua aplicação, serviu como fonte de evidências para análise. Após essa fase de coleta de dados de campo foi utilizado a técnica de análise de conteúdo, construindo relações entre o referencial teórico e os dados coletados.
A perspectiva seguida nesta pesquisa está consolidada no conhecimento gerado pela Biologia do Conhecer de que há constante interação entre sistemas e a consequente criação de um mundo individualizado, onde o ser humano age e reage continuamente ao longo de sua vida. E é nessa perspectiva ontogênica de interação com outros sistemas que as crenças pessoais se desenvolvem e se ajustam.
Considerando a Biologia do Conhecer, a informação é acatada como uma perturbação advinda do ambiente, podendo ser aceita (ou não) pela estrutura do ser. Considera-se que o usuário da informação – o estrategista – exerce suas atividades rotineiras de decisões como Chief Executive Officer.
Decisões estratégicas quase sempre são carregadas de riscos que contêm o poder de corromper a estabilidade empresarial. Quando se toma uma decisão, invariavelmente está envolvido um futuro. Ao decidir, um estrategista crê que suas proposições estão certas. Crê principalmente que aquilo que ele espera, como provável no futuro, efetive-se.
Os dados obtidos com as entrevistas, após devida interpretação, retrataram como as crenças pessoais afetam o comportamento de um estrategista no uso da informação, para uma ação decisiva em condições organizacionais de risco. Os principais resultados mostraram que há interferência das crenças pessoais no ato decisório. As crenças são formadas no caminhar ontogênico de cada ser, sendo que estas possivelmente têm a capacidade de atuar e influenciar no discernimento e compreensão da problemática.
Em decorrência, as crenças são fatores cruciais no ato decisório. Tudo que os sujeitos fazem – a maneira como eles percebem, sentem, pensam e agem – é fruto de suas crenças, e evidências mostram que possivelmente por isso os sujeitos operam de formas diferentes em situações iguais. É notório que a definição de uma decisão está muito mais ligada à emoção vivenciada e a(s) crença(s) arraigada(s) no ser do que a informação avaliada propriamente dita.
Comissão Examinadora
Profa. Monica Erichsen Nassif (UFMG)
Profa. Ligia Maria Moreira Dumont (UFMG)
Prof. Claudio Paixão Anastácio de Paula (ECI/UFMG)
Prof. Marcio Bambirra (Aposentado)
Prof. Armando Malheiros da Silva (Universidade do Porto)
Prof. Joubert Roberto Ferreira Fidelis (Aposentado) – suplente
Prof. Carlos Alberto Avila Araujo (UFMG) – suplente
Comissão Examinadora
21 de fevereiro de 2022 – 14:00h
SALA – 1 – https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/eci