Era uma vez um menino que vivia num castelo, como um rei. Sonhava em voar e inventava bicicletas com asas. Cresceu, virou piloto de avião e passou a reinar pelos céus.
Deixou um herdeiro: um principezinho cheio de ensinamentos, personagem de um dos livros mais famosos do mundo, “O Pequeno Príncipe”, que completa 70 anos neste mês.
Quem escreveu essa história foi o francês Antoine de Saint-Exupéry. Ele foi piloto aventureiro, daqueles que fazem manobras arriscadas, e escritor de livros para adultos, como “Voo Noturno”.
Mas ficou conhecido mesmo como o pai do Pequeno Príncipe, herói de uma fábula (história em que animais falam) ilustrada por aquarelas também criadas pelo autor.
O principezinho nasceu bem antes de 1943, quando virou livro. A figura do menino aparece em muitas correspondências, cadernos e até guardanapos de papel.
Ficou um tempão rondando a cabeça do autor. Contam que certa vez, enquanto rascunhava um garoto na toalha de um restaurante, um amigo lhe perguntou o que desenhava. O autor respondeu: “Apenas o garoto que existe no meu coração”.
Para conhecer mais a história do criador e da criatura de “O Pequeno Príncipe”, a designer Sheila Dryzun andou por desertos, vasculhou bibliotecas e conversou com familiares do piloto. “A história do personagem é a própria vida do autor.”
Ela conta que há semelhanças entre a rosa (personagem do livro) e a mulher do escritor: eram caprichosas e, vaidosas, passavam horas se arrumando. Também relaciona a raposa que o príncipe encontra no deserto e a que Saint-Exupéry relatou ter visto quando sofreu um acidente de avião.
Outra coincidência entre o principezinho e o escritor é lembrada pela pesquisadora: ambos desapareceram misteriosamente.
No livro, o pequenino some da Terra depois de um encontro com a serpente. Na vida, o autor desaparece em uma missão aérea um ano depois de lançar “O Pequeno Príncipe”.
200 línguas
Em sete décadas, “O Pequeno Príncipe” foi traduzido para mais de 200 línguas. No Brasil, segundo a editora, a obra vende 300 mil exemplares por ano –um livro costuma ser publicado com 3.000 exemplares e muitas vezes demora anos para que esse total seja vendido.
É ou não é resultado para impressionar qualquer “pessoa grande”? (O livro diz que os adultos gostam mais de números do que de outras características mais importantes).
Conheça a curiosa história do príncipe e de seu “pai”.
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Fonte: Folha de S. Paulo | Gabriela Romeu