O profissional gerencia informação, e não apenas livros, diz Blackman. Revolução tecnológica têm aberto novos mercados para o bibliotecário.
Ao contrário do que se pode pensar, o advento dos livros digitais, conhecidos como e-books, não ameaça bibliotecas, tampouco a profissão de bibliotecário, quem garante é a professora de história, pesquisadora e bibliotecária Cledenice Blackman. No dia 12 de março é comemorado o Dia do Bibliotecário, uma profissão que para muitos, é um portal para um mundo de magia.
Blackman, que é formada em Biblioteconomia e História, trabalha na reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro) como assessora de biblioteca dos nove campi do Ifro. Ela fala sobre os desafios que esse profissional tem enfrentado para se adaptar as novas ferramentas que a informática tem possibilitado.
Segundo ela, o papel do bibliotecário vem passando por transformações. “Antes era muito ligado aos livros físicos, fichas e manuais, mas, a partir do século XX, com maior ênfase no século XXI, passamos a trabalhar com a informatização de sistema, ou seja, o livro físico tornou-se apenas uma dentre as várias informações que devemos gerenciar”, explicou.
Com essas mudanças, a pesquisadora explica que, em vez de sumir, a profissão de bibliotecário vem sendo ainda mais valorizada, uma vez que, mais atuante, cria novas áreas para si, como é o caso da biblioteconomia social.
“Como nosso foco agora é a organização e catalogação da informação, hoje o bibliotecário vive a situação de gestor da cultura, porque o livro nada mais é do que um instrumento cultural que ao longo dos anos, vem sendo transformado até chegar na versão digital”, salienta.
Com essa nova vertente de atuação, Blackman diz que o bibliotecário não se restringe à biblioteca, podendo trabalhar também nos meios de comunicação, porque o foco do bibliotecário é buscar e organizar a informação “em qualquer setor que precise de informação organizada”, reiterou.
O primeiro contato de Balckman com a informatização do sistema de catálogo e gestão de informação aconteceu durante a passagem dela pela biblioteca municipal de Porto Velho Francisco Meireles. “Foi onde iniciei o projeto de informatização do sistema, com catalogação digital de livros, documentos e fichas. Lá existe todo tipo de usuário, e essa frequência à biblioteca contribuiu muito para resultados favoráveis para os estudantes”, avalia.
Tomando como referência a biblioteca do Ifro, Blackman diz que, embora a internet seja um universo amplo para pesquisa, o público continua procurando a biblioteca física. “O século XXI traz novos modelos, mas não acaba com o livro”.
Fonte: G1 | Toni Francis, Sara Cicera