UFMG se posiciona em defesa da obra
Segundo nota do Ministério da Educação (MEC), foram recolhidos 93 mil exemplares do livro “Enquanto o sono não vem”, após parecer técnico da Secretaria de Educação Básica (SEB). O ministro da Educação, Mendonça Filho, tem sua decisão respaldada pelo parecer que considerou a obra não apropriada para crianças de sete a oito anos do ensino fundamental, pela abordagem do tema incesto.
(Foto: Reprodução)
No livro, o conto “A triste história de Eredegalda” aborda o desejo de um rei em casar com uma de suas filhas. Após a negativa, a menina recebe um castigo e morre. Diante de questionamentos realizados por professores e pais de alunos em todo o país, foram solicitados pareceres técnicos da SEB e da Consultoria Jurídica do MEC.
Por outro lado, o autor da obra, José Mauro Brant, defende que é necessária a mediação correta para se contar a história. Em depoimento ao G1, ele afirma que há uma desinformação do que é o conto folclórico e dos contos de fada: “são territórios que abordam assuntos delicados. A gente está falando de um universo simbólico. É uma história que dá voz a uma vítima.”
Algumas prefeituras do Espírito Santo recolheram os livros de escolas em municípios como Serra, Cariacica e Vitória. Segundo o G1, a prefeitura de Vila Velha está avaliando a obra.
UFMG
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se posicionou em defasa do conto “A triste história de Eredegalda”, conforme o portal G1. Segundo a nota técnica do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE) da instituição, há um julgamento indevido acerca da obra: “Aparentemente, alguns leitores desavisados consideraram que, por conta dessa temática, a narrativa seria inadequada para crianças. O mesmo pode acontecer com o tema do sequestro, presente na narrativa ‘Canta, canta meu surrão’. Trata-se, em ambos os casos, de um julgamento indevido construído por leitura equivocada do romance, do reconto, da tradição oral e do lugar da literatura na formação da criança”, diz um trecho da nota.