
Biblioteca da Zona Norte tem boa quantidade de títulos, mas falta investimentos em infraestrutura (Foto: Emanuel Amaral)
O Centro de Estudos e Biblioteca Escolar Professor Américo de Oliveira Costa, no conjunto Santarém, zona Norte de Natal, é bem servido de livros – literários, inclusive -, apesar de funcionar prioritariamente como suporte para as escolas, o que fica bem evidente no nome.
Ligada à Secretaria Estadual de Educação, a biblioteca foi fundada em dezembro de 2000, passando a funcionar a partir de janeiro do ano seguinte. O acervo é constituído de 46.532 volumes, entre livros, periódicos e os quadrinhos da Gibiteca, que funciona com cursos de desenho gratuitos para a comunidade.
Aliás, os trabalhos desenvolvidos com estudantes são o diferencial da biblioteca, que promove contação de histórias, oficinas de cordel e muitas outras atividades socioeducativas no decorrer do ano. “Temos eventos tradicionais que fazem parte do nosso calendário, como o Encontro de Leitura e o Agosto Cultural”, diz o diretor Marcelo Manoel Lima de Sousa.
O público é quase inteiramente formado por estudantes, que vão ao local, na maioria das vezes, complementar os trabalhos escolares. Mas a biblioteca não decepciona aqueles que apreciam grandes obras literárias e também quem procura livros de áreas bem específicas, como direito, filosofia e sociologia.
Jorge Luiz F. de Aquino, padre anglicano e professor de Direito, virou frequentador assíduo do local desde que a mulher, que trabalha na saúde, foi transferida para a zona Norte, há seis meses.
Ele mora na região Sul de Natal e quase todos os dias vai na biblioteca pela manhã, após deixar a mulher no trabalho. “O ambiente é agradável, silencioso e tem um bom material bibliográfico”, diz ele, que costuma passar uma média de quatro horas no local planejando suas aulas e escrevendo. “É melhor ficar aqui do que ir pra casa e ter que voltar pra pegar a mulher”.
O padre e professor é também escritor e está trabalhando num novo livro – sobre justiça social -, e o acervo da biblioteca lhe está sendo muito útil também nessa parte. “Aqui tem Platão, Aristóteles, Kant, entre outros autores obrigatórios quando se trata de temas como ética, direito, filosofia e sociologia. Só não tem livros recentes, mas esses eu tenho em casa”.
Para Aquino, os únicos problemas da biblioteca são a falta de climatização e computadores com acesso à internet. As máquinas que a biblioteca dispõe são todas obsoletas (daquelas com entrada para disquete).
O diretor Marcelo Manoel Lima de Sousa informou que já foram solicitados novos computadores à Secretaria de Educação do Estado, mas não há previsão de quando os equipamentos vão chegar.
O Centro de Estudos e Biblioteca Escolar Professor Américo de Oliveira Costa fica na Avenida Itapetinga, 1430. Abre das 8h às 18h, mas nesse período de carnaval vai estar fechado, voltando a funcionar normalmente a partir do dia 23 de fevereiro.
Fonte: Tribuna do Norte | Itaércio Porpino