Bibliotecária cresceu rodeada por livros
Autora do livro “O Incentivo à Leitura”, selecionado pelo Portal do Professor por abordar métodos de ensino para aplicação em sala de aula, Cláudia Stocker é bibliotecária, pós-graduada em Gestão da Informação e em Educação, Artes, Estética e Museus. Foi presidente da Associação Profissional dos Bibliotecários e Documentalistas de Sergipe (APBDSE), atuou durante sete anos na biblioteca escolar de uma instituição privada e, desde 2007, gerencia uma biblioteca pública infantil de Aracaju. O Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) entrevistou a profissional para saber mais sobre o trabalho de estímulo à leitura desenvolvido para crianças e adolescentes. Confira!
O que te motivou a escrever? O que mais te atrai quando escreve: o mundo real ou o mundo imaginário?
O que me motivou a escrever foi a vivência com a temática, pois como eu estava trabalhando projetos de incentivo à leitura, sempre me deparava com questionamentos a respeito. O primeiro livro foi fruto das dificuldades que, muitas vezes, encontramos ao trabalhar a leitura com a comunidade: a acessibilidade do livro, a falta de interesse, entre outras várias questões que, muitas vezes, desestimulam a leitura. Mas, na contramão, temos outros aspectos que podem motivar um efeito contrário e ajudar a formar e estimular o aumento de leitores. O segundo livro foi meu TCC de outra especialização (Educação, Artes, Estética e Museus). O trabalho ficou muito bom e resolvi transformá-lo em livro para compartilhar com as pessoas a minha experiência, já que cito na obra os projetos desenvolvidos e bem-sucedidos no segmento da biblioteca infantil. Minha linha de escrita é mais para o livro técnico, apesar de eu ter um infanto-juvenil já concluído, aguardando um possível lançamento.
Dos livros que você leu, qual a figura literária que mais a marcou? Algum autor serviu como fonte de inspiração?
Cresci rodeada por livros. Meus pais sempre incentivaram a leitura em casa, compravam livros, gibis, e essa formação eu devo mais ao núcleo familiar mesmo – não me recordo de ter esse incentivo na escola, nos anos 70 e 80. Lembro apenas de uma biblioteca escolar e lá eu li “O Escaravelho do Diabo e A Ilha Perdida”, da coleção Vaga-lume. Nunca me esqueci destes livros. Disney foi uma referência grande para mim porque tive a coleção completa de livros, que vinham acompanhados pelos disquinhos (compactos). Eu lia e ouvia várias vezes as mesmas histórias. Era meu passatempo predileto. Chorava com as histórias tristes, como a da Sereiazinha, o soldadinho de chumbo… Era como se eu sentisse o sofrimento do personagem. Assim como me alegrava com as histórias fantásticas de final feliz. Ouvi muitas histórias também antes de dormir, meu pai contava histórias inventadas por ele e algumas clássicas, como a Festa no Céu. Acho que por isso gosto tanto de contação de histórias, que considero muito importante para incentivar o gosto pela leitura.
Qual a importância do bibliotecário e da biblioteca para a formação do cidadão? Você frequenta esses espaços? Recorda de algum bibliotecário que contribuiu para o seu gosto pela leitura?
Como bibliotecária, defendo minha classe e acho que o profissional tem papel muito importante na formação do cidadão sim, pois temos as ferramentas para levar conhecimento e informação às pessoas. Não vejo biblioteca sem bibliotecário. O profissional tem muito a contribuir, desde que esteja disposto a dedicar-se. Só passei a conhecer a profissão quando entrei para a universidade – antes, como disse anteriormente, não frequentava bibliotecas.
As redes sociais e a internet podem contribuir para incentivar a leitura?
Com certeza. As redes sociais são excelentes aliadas dos profissionais da área. Eu utilizo todas elas para divulgar as ações da biblioteca, o acervo, os projetos, e com isso temos conseguido atingir muitas pessoas.