A trajetória de Rosilene Vieira da Silva (CRB-6/359ES), Bibliotecária no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), é uma jornada que se destaca pela sua dedicação incansável à promoção da leitura, à educação ambiental e à valorização da cultura.
Descobrindo o caminho da biblioteconomia
A decisão de ingressar na biblioteconomia foi uma combinação de circunstâncias e inspirações. Quando Rosilene tinha apenas 17 anos, a escolha dos cursos noturnos era limitada e dois amigos já estavam imersos no mundo da biblioteconomia. Movida pela necessidade de trabalhar, pela vontade de estudar e pela curiosidade despertada por relatos de outras pessoas, ela decidiu se aventurar nessa área.
A vivência acadêmica logo a conquistou. A proximidade com colegas e os debates sobre temas interessantes fizeram com que Rosilene se sentisse em casa na biblioteconomia. A partir do segundo período, ela mergulhou em estágios que abrangeram uma variedade de cenários, desde hospitais até departamentos universitários. Um ponto de virada aconteceu quando a profissional entrou como bolsista no curso de especialização “Serviços de Informação Educativos” – uma parceria da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e da Universidade de São Paulo (USP) – sob a orientação da professora Maria Conceição Carvalho. Foi nesse momento que Rosilene se deu conta da importância de ser um mediador cultural e como essa função está intrinsecamente ligada aos processos educativos.
Projetos que impactam a educação e o meio ambiente
Com uma carreira sólida e repleta de projetos inovadores, Rosilene tem desempenhado um papel crucial na promoção da educação ambiental, literatura e cultura em sua região. Confira alguns dos projetos notáveis que a Bibliotecária já desenvolveu:
Borboletras:
Este projeto é um verdadeiro encontro entre literatura, fotografia e educação ambiental. Rosilene liderou oficinas de contação de histórias, fotografia e interpretação de trilhas para educadores em áreas de unidades de conservação estaduais. A colaboração com dinamizadores das bibliotecas itinerantes trouxe à vida histórias inspiradoras e conectou a natureza à literatura, enriquecendo a experiência de aprendizado.
Belezas que Anchieta Viu:
Em meio à pandemia, Rosilene transformou a adversidade em oportunidade. O projeto de fotografia em Anchieta ganhou um novo formato, com a criação de um site. Esse projeto envolveu a Carta de São Vicente, um documento histórico que descreveu a Mata Atlântica, registrado por São José de Anchieta. A conexão entre história, cultura e meio ambiente ganhou vida por meio dessa iniciativa.
Oficinas de Contação de Histórias:
A paixão por histórias ambientais se manifesta nas oficinas de contação de histórias, oferecidas a grupos interessados. Através dessas oficinas, Rosilene compartilha narrativas que não apenas entretêm, mas também educam e conscientizam sobre questões ambientais.
Curso de customização:
O curso é ofertado pela Biblioteca Comunitária Hermógenes Lima da Fonseca, que fica na sede do Parque Estadual de Itaúnas (ES), administrado pelo IEMA. A Bibliotecária conta que o curso teve a intenção de organizar espaços para integração: “ofertamos o curso para mulheres de comunidades do entorno do Parque Estadual de Itaúnas”.
Atualmente, Rosilene trabalha no Centro de Informação e Documentação (CIDOC) do IEMA, onde tem desempenhado um papel fundamental na coordenação de projetos e programas que promovem a educação ambiental e a valorização cultural.
Entre seus projetos atuais estão:
Trilha Literária:
A trilha literária envolve histórias registradas por moradores das comunidades vizinhas a unidades de conservação, criando um elo especial entre cultura e natureza. O programa “Preservando o Nosso Quintal” destaca a produção de livros que celebram a biodiversidade, a cultura e o patrimônio das unidades de conservação, conscientizando as comunidades locais.
Programa de EA Preservando o Nosso Quintal:
O projeto é desenvolvido pela Gerência de Educação Ambiental do lEMA, por meio do CIDOC, em parceria com a Gerência de Recursos Naturais e as equipes das unidades de conservação envolvidas. Através do programa, são produzidos livros com linguagem clara e acessível, destacando a biodiversidade, a fauna, a flora, a cultura e a geodiversidade das unidades de conservação. Segundo Rosilene, “as publicações são distribuídas para as comunidades do entorno e utilizadas para conscientizar e criar pertencimento, para que todos atuem na preservação ambiental”.
A profissional conta também que “atualmente, estão publicadas a 1ª e a 2ª edição do livro sobre o Parque Estadual Paulo César Vinha e a 1ª edição do Parque Estadual Pedra Azul. Ambos têm versões impressas e digitais. A previsão é de que outras unidades de conservação também sejam contempladas”. Além disso, “aguardamos a elaboração e impressão de mais três até o final deste ano: Parque Estadual de Itaúnas, Monumento Natural de Serra das Torres e Reserva Biológica de Duas Bocas”.
Projeto Bibliotecas Itinerantes:
O Projeto Bibliotecas Itinerantes é uma iniciativa que tem como objetivo o incentivo à leitura e promoção da educação ambiental. Com a colaboração de dinamizadores das bibliotecas itinerantes, Rosilene cria materiais lúdicos e educativos, incluindo kits de leitura com mascotes que representam Unidades de Conservação, diários de leitura e figurinhas.
Aconchego Lúdico:
Criado pelo Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL), em 2020, como forma de ressocialização, o projeto “Aconchego Lúdico” ganhou uma nova linha de ação, a partir da parceria proposta pela Gerência de Educação Ambiental do IEMA, que percebeu a possibilidade de integração dos trabalhos realizados pelo Centro Prisional e os projetos de educação ambiental desenvolvidos pela GEA.
Segundo a Bibliotecária, “foram produzidos 50 conjuntos pelas apenadas, a serem distribuídos para instituições parceiras nos projetos de educação ambiental do IEMA. Cada conjunto foi composto por fantoches e dedoches com representações de insetos, animais marinhos e da Mata Atlântica, como bicho preguiça, onça pintada, joaninha, baleia jubarte, tartaruga, arara, coruja, entre outros, além dos textos”. Os conjuntos foram entregues em escolas, associações e unidades de conservação e os grupos que receberam foram orientados a encaminhar um agradecimento ao grupo produtor.
Segundo a profissional, o grupo, também, produziu um livro de histórias de mãe e filha que será lançado ainda este ano.
A trajetória de Rosilene na biblioteconomia amplia os horizontes da educação ambiental e cultural, mas também inspira outros a explorar o poder da informação e da mediação cultural. Com projetos criativos e inovadores, a profissional continua a moldar um futuro mais consciente e conectado por meio do seu papel como mediadora da cultura e da educação.