O presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região Minas Gerais e Espírito Santo (CRB-6), Álamo Chaves (CRB-6/2790), concedeu entrevista ao programa Revista da Tarde, na rádio Inconfidência, abordando o porquê de tantas livrarias estarem enfrentando dificuldades, principalmente, durante a pandemia do covid-19.
Ele disse que “com o fechamento dos estabelecimentos comerciais, muitas instituições não conseguiram segurar as finanças para se manter abertas, agora, com o retorno ao presencial. Ele também explicou que existe uma concorrência com os livros virtuais. “Hoje é muito fácil comprar livros pela internet e não precisa sequer ser uma livraria, pois pode-se comprar livros em grandes lojas de varejo, grandes comércios eletrônicos. Quase todos eles vendem livros.”
O fator econômico também foi destacado na entrevista por interferir nas escolhas, no custo de um livro virtual e, até mesmo, no livro físico comprado de forma virtual, sendo inferior ao de um livro comprado presencialmente, tornando o novo mercado ainda mais atrativo.
Outro questionamento foi se os brasileiros estariam lendo mais. Álamo avaliou que durante a pandemia, foi observado um aumento muito grande do hábito da leitura. Como as pessoas ficaram confinadas em casa por muito tempo, ler foi uma válvula de escape. A leitura foi uma forma de acesso à cultura, lazer e entretenimento. A população leu mais. “Agora, quando a gente fala de leitura, por exemplo, na escola, uma leitura mais educativa, instrucional, essa, ainda patina um pouco, porque o acesso à leitura nas escolas é ruim – bibliotecas fechadas, não têm acervo, estudantes de baixa renda sem condições de comprar livro (…) -, então, a leitura voltada para a educação, não teve um aumento proporcional ao crescimento da leitura literária. Dependendo da ótica, posso dizer que o índice de hábito de leitura cresceu, ou não”.