O percurso do profissional da biblioteconomia muitas vezes começa de forma inesperada. Em meio às incertezas da vida universitária, a área surge como alinhamento de valores de acesso à informação. O Bibliotecário Luiz Antônio Lourenço da Silva (CRB-6/4128) fala da sua experiência no período de graduação.
“Eu conheci a Biblioteconomia enquanto pesquisava os cursos existentes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na época em que fiz o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Nesse momento de nossas vidas, costumamos estar bem ansiosos e incertos de que escolhas fazer, mas vi na Biblioteconomia um alinhamento ao que eu entendia como importante para minha futura trajetória profissional. Estaria mentindo ao dizer que tive certeza em algum momento da graduação. Embora eu não tivesse certeza de estar no “lugar certo”, tive certeza de estar feliz onde estava. Nesses poucos anos de trabalho, tive mais confiança e pude me reconhecer melhor na área”, afirmou Luiz.
Atualmente, o Bibliotecário atua na Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete (MG), onde, além das atividades próprias de uma biblioteca, também são realizadas ações de letramento digital, apoio ao processo legislativo e à transparência, além de atendimentos diretos à população.
“As pessoas costumam se surpreender quando falo sobre o apoio que damos à população em questões simples. Frequentemente auxiliamos na elaboração de currículos, na disponibilização de computadores para fins profissionais ou escolares e até mesmo na explicação do funcionamento de alguns serviços públicos”, revela o Bibliotecário.
Para ele, a Biblioteconomia é uma área em constante transformação. O domínio de novas ferramentas, como análise de dados e gestão da informação, amplia as possibilidades de atuação, mas a atualização das grades curriculares ainda caminha lentamente, exigindo que os profissionais busquem qualificação de forma autônoma.
“Ser um profissional Bibliotecário é, muitas das vezes, nadar contra a corrente. O Brasil tem um histórico de desvalorização da Educação e das instituições que nos impõe muitos desafios, além disso, o mundo está vivendo mais uma época de transformação tecnológica, o que nos obriga a reavaliar alguns paradigmas e buscar novas soluções para novos problemas (e antigos também)”, afirma.
Para o profissional, o Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) tem um papel crucial para a valorização e fiscalização da profissão, mas ainda há espaço para fortalecer e criar novos vínculos com os futuros profissionais da biblioteconomia.
“Com certeza a atuação do Conselho é crucial para a defesa e valorização da nossa profissão. Durante minha atuação como estagiário e agora como profissional formado, pude acompanhar o trabalho de vistoria do Conselho nas instituições. No entanto, senti falta de uma presença mais proeminente na universidade durante a graduação. Talvez ao conhecer melhor o trabalho do Conselho durante a graduação, os alunos possam se engajar mais quando formados”, diz.