
A padronização da linguagem técnica é um desafio permanente para quem trabalha com documentos institucionais. Em ambientes especializados, como bibliotecas jurídicas, o uso de obras de referência atualizadas, entre elas o Dicionário Jurídico Universitário, é essencial para garantir uniformidade e precisão na organização da informação. É o que explica o Bibliotecário Murilo Mauro Silveira, responsável pelo trabalho de traduzir conceitos complexos em descrições acessíveis, organizadas e consistentes.
“Obras de referência como o Dicionário Jurídico desempenham um papel fundamental na organização e na indexação de documentos institucionais, e não é diferente no âmbito do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), especialmente no contexto da biblioteca jurídica. Elas contribuem diretamente para a padronização terminológica, promovendo a consistência semântica entre os diversos agentes que produzem, tratam e recuperam a informação”, afirma Murilo.
A sugestão de inclusão do novo verbete nasceu da rotina de atendimento. O Bibliotecário conta que “para atender a pesquisa de um promotor de justiça, Dr. Eduardo Sens, consultamos vários dicionários e não localizamos o verbete “recomendação” com a indicação de seu uso pelo Ministério Público. Foi aí que tivemos a ideia de verificar com as editoras a possibilidade desse acréscimo. Encaminhamos e-mail para as editoras que possuem dicionários jurídicos publicados recentemente e aguardamos as respostas. Contamos com a colaboração do membro para justificar tecnicamente a aplicação do verbete no âmbito do MP”. A partir dessa constatação, o projeto começou a tomar forma.
Para o profissional, o papel do Bibliotecário vai muito além de guardar livros. Ele é o mediador entre o “juridiquês” complicado e quem precisa acessar a informação. “O Bibliotecário jurídico atua como um elo fundamental entre a linguagem técnica do Direito e os sistemas de informação, traduzindo conceitos complexos em descrições acessíveis, organizadas e consistentes. Esse papel exige sensibilidade tanto ao rigor terminológico da área jurídica quanto às necessidades dos usuários que acessam os sistemas informacionais”, afirma Murilo.
Além disso, “ao realizar a mediação terminológica, o Bibliotecário contribui para que os documentos jurídicos sejam representados de forma clara e padronizada, facilitando a recuperação da informação e evitando interpretações equivocadas. Ele também colabora na construção de vocabulários controlados, tesauros e metadados que respeitam a especificidade do Direito, mas que são compreensíveis para diferentes públicos, desde promotores, procuradores, servidores e até estagiários”, conclui o profissional.




