Data de publicação: 21/11/2012
Por Daniel Toledo
A partir de hoje, o tradicional edifício que costumava abrigar o Centro de Cultura de Belo Horizonte, na esquina entre a rua da Bahia e a avenida Augusto de Lima, ganha novo nome e função. Resultado de um projeto que vem sendo elaborado há três anos pela Fundação Municipal de Cultura (PBH), o Centro de Referência de Moda chega à cidade com os objetivos de fomentar o campo de criação, facilitando o diálogo entre as diversas atividades relacionadas a ele.
“Nossa intenção é, de fato, congregar todos os setores da moda, incluindo criação, comércio, indústria e também a formação, cada vez mais presente em Belo Horizonte. Hoje emdia a cidade tem cinco faculdades de moda, que totalizam cerca de 1.500 alunos, e percebemos que ainda é pequeno o diálogo entre cadaumdos setores”, observa a coordenadora geral do centro, Marília Albuquerque Salgado.
“Gostaríamos, nesse sentido, de assumirumlugar de estudo, pesquisa e prática, com cursos de curta e longa duração, voltados aos mais diversos públicos da moda”, completa Marília, ressaltando a abrangência dos planos da instituição.
“Assim como pensamos na formação de estilistas, queremos estimular a capacitação de costureiros e outros profissionais relacionados ao campo. Essas atividades devem se iniciar já no primeiro semestre de 2013, apósumlevantamento referente aos profissionais que andamemfalta no mercado”, explica.
PROGRAMAÇÃO. São esses cursos, assim como exposições e uma biblioteca ainda em desenvolvimento, que devem ocupar a sede da instituição. A exposição histórica “A Fala das Roupas”, que reúne dezenas de peças do acervo do Museu Histórico Abílio Barreto, é a primeira a ocupar o Centro de Referência da Moda, oferecendo ao público de Belo Horizonte um apanhado dos costumes da cidade entre 1897 e 1980.
“Além de peças e acessórios de vestuário, temos utensílios relacionados à sua confecção, assim como fotografias de Belo Horizonte em diferentes períodos e contextos. O que percebemos, a partir da mostra, é amodacomoumclaro reflexo da sociedade, abrangendo campos como arte, cultura e comportamento”, defende Marília.
Outras atividades realizadas pela instituição, tais quais seminários, desfiles e encontros, serão realizadas a partir de parceriascomoutros espaços, devido a limitações espaciais do edifício. J á na próx i m a semana, aliás, o BDMG recebe I Semináriodo Centro de Referência da Moda, que se estende de terça a quinta-feira. Com mediação da professora e pesquisadora Carla Mendonça, o evento é gratuito e se volta às relações entre moda, memória, mercado e criação, reunindo importantes nomes do campo no país.
“Enquanto no primeiro dia trataremos dos frequentes diálogos da moda com o nosso passado, com participação de historiadorescomoo João Braga, grande autoridade brasileira nesse assunto, o segundo encontro reunirá profissionais de grande sucesso comercial”, adianta a coordenadora do centro, em referência a nomes como Teresinha Santos, da Patachou, e Maria Tereza Leal, responsável pela Coopa-Roca, cooperativa de moda da Favela da Rocinha.
“O último dia, por outro lado, se voltará à poesia da criação, com participação de Andrea Marques, que atuou por 15 anos na marca Maria Bonita, e Maria Prata, atual editora da revista ‘Harper’s Bazaar Brazil’, nossa mais expressiva publicação de moda”, acrescenta.
Agenda
O QUÊ. Exposição “A Fala das Roupas”
QUANDO. De segunda a sexta, das 10h às 18h
ONDE. Centro de Referência da Moda (rua da Bahia, 1.149, centro)
QUANTO. Entrada gratuita
Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=215962,OTE&IdCanal=4




