Apesar do cenário de inflação alta, crédito mais caro e real mais fraco, sete importantes redes de livrarias do país – Cultura, Curitiba, Fnac, Leitura, Saraiva, Travessa e Vila – tiveram um primeiro semestre bom e estão mantendo suas projeções de crescimento para o fim do ano.
Cultura, Fnac e Travessa estimam um aumento de vendas de 8% a 10% neste ano. Já a mineira Leitura e a Livraria da Vila estimam que a expansão fique na casa dos 12,5%. A Curitiba projeta aumento de 15%. Em todos esses casos foram consideradas as vendas nas lojas abertas nos últimos 12 meses. A Saraiva, que é companhia aberta e não divulga projeções, fechou o primeiro trimestre com um aumento de 16% na venda de livros.
“Nosso tíquete médio com livros é de R$ 30. Normalmente, é um valor que se paga a vista. Para compras maiores o parcelamento é em três vezes, sem juros. A questão do crédito caro não interfere”, disse Marcos Pedri,, diretor comercial do Grupo Livrarias Curitiba. A opinião é compartilhada pelas outras redes de livrarias. “As livrarias não sofrem no mesmo ritmo do que o resto do varejo em momentos de oscilação econômica”, observou Samuel Seibel, fundador da Livraria da Vila.
Até o momento, os projetos de expansão das livrarias também não foram alterados. “Vamos cumprir todos os nossos planos de abertura de novas lojas”, disse Frederico Indiani, diretor de compras da unidade de negócios de varejo da Saraiva. “Neste ano, vamos abrir sete lojas e em 2014, outras sete unidades”, afirmou Marcos Teles, presidente da Livraria Leitura, de Minas Gerais.
Entre as redes consultadas pelo Valor, a maior projeção de crescimento é da Leitura. Mas a rede vai na contramão do setor no que diz respeito às vendas online. A livraria fechou no mês passado seu e-commerce. “Investimos por 13 anos no online e não dava dinheiro. Esse segmento opera com margens muito apertadas e preferimos focar nas lojas físicas”, disse o presidente da Leitura, que vai prevê encerrar o ano com 42 lojas.
Os títulos que contribuíram para as vendas neste primeiro semestre foram “Inferno” (Arqueiro), de Dan Brown; “Kairós” (Globo) do padre Marcelo Rossi, e “Para Sempre Sua” (Paralela) de Sylvia Day. No segundo semestre, há boas expectativas para o novo livro de Laurentino Gomes (Globo) e para o “Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo” (Leya), de Leandro Narloch.
Fonte: Valor Econômico