No dia 26 de setembro de 2014, os estudantes (1° e 2° turnos) da Escola Municipal Giovanini Chiodi, Vila Ypê Amarelo, em Contagem, viveram um dia atípico.
Aproveitando o clima de escolhas políticas, devido ao ano eleitoral, os estudantes escolheram por meio de voto (menores de 11 anos puderam fazer a sua escolha) um nome oficial para a biblioteca. O interessante foi que uma equipe formada pelos estudantes, sob a supervisão dos funcionários da biblioteca, fizeram as campanhas antecipadas nas salas de aula e fiscalizaram a movimentação de estudantes e professores no dia do pleito.
Foram três os nomes concorrentes: Paulo Freire (segundo a Wikipédia, o educador brasileiro mais homenageado da história, já falecido), Rubem Alves (mineiro, educador, psicanalista, teólogo e escritor dos mais requisitados pelas escolas, faleceu em julho de 2014) e a poetisa Adélia Prado (outra mineira, bastante viva, que lecionou por muitos anos e consolidou uma carreira literária como poetisa reconhecida nacional e internacionalmente). O critério para a sugestão desses nomes foi a plena dedicação dos educadores ao seu ofício, não importando onde eles fizeram isso. Encontramos bons exemplos entre vivos e mortos. Cabe a cada um de nós o desprendimento no ato de homenagear.
Os estudantes entenderam a proposta, não criaram restrições e, mesmo não havendo obrigatoriedade do voto, a maioria Fez questão de participar do processo eleitoral que transcorreu dentro da normalidade. A direção escolar e alguns professores também deram a sua contribuição, ressaltando o espírito democrático onde ninguém foi punido por não se envolver no processo.
A campanha eleitoral foi muito forte, com defesas apaixonadas de cada nome feita pela equipe de estudantes e até por alguns professores.
Ao final do dia, apurados os votos, Rubén Alves foi eleito com 223 votos, Adélia Prado recebeu 98 votos e Paulo Freire 80 votos. Com isso, a direção da escola se comprometeu a confeccionar uma placa em metal ou acrílico com uma arte em homenagem ao vencedor, a ser parafusada numa parede externa da biblioteca. E viva a democracia representativa, limpa e honesta!
Fonte: Diário de Contagem