O mundo do deficiente visual é o mundo das ideias e do pensamento e é por essa razão que o livro traz o movimento para esse mundo”, afirma Sérgio Florindo, 52 anos, deficiente visual e frequentador da Biblioteca de São Paulo.
Sérgio costuma ir uma vez por semana ao local que fica no Parque da Juventude, na zona norte da capital paulista. Ele é frequentador assíduo há dois anos e retira em média 10 audiolivros a cada vez que vai à biblioteca.
“Aqui tem equipamentos especiais para gente ouvir o audiolivro. É um oásis que a gente, nós deficientes visuais, encontramos aqui”, destaca Sérgio sobre a infraestrutura do local que possui uma área especialmente reservada aos deficientes.
O amor de Sérgio pelos livros começou na adolescência, durante a ditadura militar, uma época muito difícil segundo ele, pois dependia das outras pessoas para ler e nunca conseguia terminar um livro até o fim. Além disso, os recursos existentes atualmente não estavam disponíveis na época o que dificultava ainda mais.
Além de conseguir tirar o certificado de conclusão do Ensino Médio após ter feito cursos de literatura e redação na Biblioteca, Sérgio também fez muitos amigos no local. “Consigo ampliar meu mundo. Eu acho que o esforço de adquirir o hábito de ler faz e enriquece a nós como seres humanos”, aconselha.
Fonte: SP Notícias