Classificar, catalogar, relacionar assuntos e dar tratamento técnico ao acervo são algumas das funções que só podem ser atribuídas a um bibliotecário com formação superior. Atendendo a inúmeros questionamentos sobre as atividades exercidas pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, na biblioteca do escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília, o Conselho Regional de Biblioteconomia 1ª Região (CRB-1), que engloba o DF, GO, MT e MS, realizou uma fiscalização no local e constatou que o José Dirceu não executa funções de bibliotecário.
As suspeitas iniciaram-se quando o político passou a cumprir regime semiaberto, o que o possibilitou trabalhar de acordo com a decisão tomada pelo Superior Tribunal Federal (STF). José Gerardo Grossi alega que José Dirceu apenas digita as fichas de livros e outras publicações e que o trabalho dele na biblioteca do escritório é administrativo.
Mariza Martins (CRB-6/1637), coordenadora da Comissão de Fiscalização do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região, avalia de forma positiva a ação dos ficais e destaca a importância desse trabalho. “Infelizmente, ainda há muitas bibliotecas que não contam com a presença de um bibliotecário formado e registrado. Fiscalizar é importante para que se possa colocar em evidência a relevância de um profissional capacitado nesses espaços”, afirma.
A mudança de função do ex-ministro foi abordada em alguns jornais, sites e portais de notícias, como o G1, o O Globo e a Veja!.