A cada livro lido, pena é reduzida em quatro dias e há avaliação. Campanha é autorizada pelo Conselho Nacional de Justiça desde 2013.
Vinte e sete detentos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora já foram beneficiados com o projeto de remição de pena pela leitura, adotado há pouco mais de um mês no presídio. A cada livro lido, o detento reduz em quatro dias sua pena total. Após a leitura, eles passam por uma prova escrita e precisam ter um aproveitamento de, pelo menos, 60%. Depois, fazem uma apresentação, que é avaliada por professores.
Inicialmente, foram utilizados dois livros: “A Última Pedra”, do Bispo Rogério Formigoni e “Kairós”, do Padre Marcelo Rossi. O projeto é autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2013.
O juiz da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, Daniel Reche da Motta, explicou que o projeto, autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2013, levou a criação de uma campanha entre os servidores do Fórum da cidade para a compra de mais livros para que vários presidiários pudessem ler ao mesmo tempo. “Quando tive notícias de que outras comarcas no Brasil aderiram à recomendação do CNJ, isso veio de encontro às minhas convicções sobre a força da leitura na transformação do ser humano”, contou.
A pedagoga do Ceresp, Daniela Lopes Ferreira, chamou atenção para a formação de novos leitores pelo incentivo da remição de pena. “Todos têm levado a sério a leitura e já podemos notar o desejo por novos livros”, disse.
Um deles é o jovem Rock José de Paiva Souza, de 27 anos. Preso por tráfico de drogas, ele não tinha o hábito de ler e o programa o ajudou a encontrar uma nova fonte de conhecimento e reflexão. “A Última Pedra me fez pensar sobre a minha responsabilidade sobre os dependentes de drogas e os resultados devastadores que o vício traz para a vida de famílias inteiras”, afirmou.
Fonte: G1