
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis: a narração é feita por um morto que resolve escrever suas memórias. Por não estar mais preocupado com o julgamento dos vivos, o defunto-autor diz tudo o que sempre teve vontade. “Brás Cubas revela ironicamente as vantagens da morte, quando se pode ser realmente autêntico, pois se está livre das amarras da sociedade. Em geral, as pessoas tendem a mostrar uma face só, a mais feliz e positiva, e guardar a outra, mas todos temos dois lados. Essa reflexão poderia ser retomada e atualizada em tempos de redes sociais”, sugere Fernando Thomaz, professor de literatura da rede Singular Anglo ABC. (Foto: Divulgação)
Quem nunca se pegou pensando sobre a vida, seus relacionamentos ou o mundo ao redor depois de terminar um bom livro? Além de ser um prazer, a literatura também traz subsídios para profundas reflexões. Em tempos modernos, os livros de autoajuda surgiram para orientar as pessoas objetivamente a lidar com os próprios problemas. No entanto, a leitura de clássicos literários pode levar a uma experiência muito mais produtiva de desenvolvimento pessoal.
“Os livros de autoajuda são criticados porque se fecham em um único sentido. Já a literatura abre para a interpretação de cada um. Cada leitor vai tirar as suas próprias conclusões acerca de uma obra, de acordo com as experiências pessoais e o repertório cultural”, defende Filomena Elaine Paiva Assolini, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em Ribeirão Preto.
Na literatura clássica, em muitos casos, a mensagem não chega ao leitor de maneira tão explícita e requer certo esforço de interpretação. “Nestas obras, a mensagem pode ser dada pelo avesso, ou seja, mostram o que não se deve fazer a partir do desenvolvimento de um personagem que agiu de determinada maneira e se deu mal”, explica Roberto Juliano, professor de literatura do Cursinho da Poli. “É justamente por conta dessas características, dessa complexidade, que os clássicos nos instigam a pensar”, completa.
Com a ajuda de especialistas em literatura, montamos a lista de livros clássicos que ilustram essa matéria e valem a pena pela narrativa, mas também pela reflexão que propõem.
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Fonte: UOL | Marina Oliveira | Rita Trevisan