Leituras, vídeos e exposições fotográficas estão na rede com livre acesso, proporcionando um passeio virtual pelos acervos
(Crédito: Pixabay)
FONTE: FOLHA DE LONDRINA
“E todos viveram felizes para sempre”. O clássico final feliz talvez seja a expectativa sobre a pandemia do Covid-19 – a qual assombra todo o planeta. Infelizmente, muitas famílias já lamentam perdas e é fato que a experiência profunda tem mexido com todos. Feito roteiro de ficção cientifica ou terror, o cotidiano não contém o menor resquício da literatura infantil. Entretanto, para grande parcela da população mundial, a leitura tem feito parte do kit de sobrevivência, da manutenção da higiene mental, sem desprezar outras necessidades.
Cada um se abastece do que precisa, do que mais gosta, ou se equilibra entre os deveres e prazeres das palavras. Que o digam os estudantes, pegos de surpresa, viram suas aulas presenciais irem para uma tela. Pegar livros emprestados na Biblioteca não é mais possível nesse momento. As Bibliotecas estão fechadas e sem previsão de retorno para o funcionamento normal. A boa notícia é que os acervos digitais estão lá, à disposição.
Com tantas mudanças e regras de higiene e etiqueta, os acervos digitais representam também uma segurança e praticidade. Enquanto o sonho de visitar espaços físicos como a Biblioteca Central de Seattle, nos Estados Unidos – feita de aço e vidro, com 11 andares. Ou a Universidade de Tecnologia Delft, na Holanda, não pode ser realizado, os acessos digitais são tão frutíferos como acessíveis. Nesse momento, ficam de lado os traços arquitetônicos, históricos e volumes, para nos apegarmos ao essencial.
Documentos Históricos e Contação de Histórias
Um exemplo é a Biblioteca Nacional (BN). Considerada a maior guardiã da cultura no Brasil e uma das dez maiores Bibliotecas nacionais do mundo, é a maior da América Latina e fica localizada no Rio de Janeiro. Os acervos digitais também estão à disposição do leitor, através do site da Biblioteca. Entre os serviços, está ainda a Biblioteca acessível – que traz informações sobre auxílio a portadores de deficiência visual e idosos em pesquisas nos acervos físicos e digitais. O objetivo da instituição é democratizar o acesso ao acervo e entre algumas curiosidades está um contrato celebrado entre Machado de Assis e o editor B.L Garnier, para firmar a 1ª edição de “Helena do Vale”. O manuscrito de 1876 traz o nome completo do autor, Joaquim Maria Machado de Assis e até o valor acertado na época, 600 mil reis em troca de 1500 exemplares.
Já na Biblioteca Mário de Andrade, com sede em São Paulo, o passeio virtual permite descobertas e uma exposição fotográfica para rever São Paulo de antigamente. Como a imagem da Rua São Bento com edificações, poste com iluminação a combustível e pedestres na calçada. De acordo com a instituição, foram selecionados vinte álbuns de fotografias originais, realizadas no Brasil entre o final do século 19 e o começo do 20. No total, são mais de 900 fotos, que estão disponíveis no site.