Todo primeiro domingo do mês, quem passa pela praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza, na região Leste da capital, tem uma grata surpresa – o projeto Leitura na Praça. No local, o leitor encontra livros de diferentes estilos e assuntos, para ser lidos gratuitamente ali mesmo, sob as árvores da praça.
O projeto, que tem como objetivo despertar o interesse pela leitura em pessoas de qualquer idade, começou em 2010 com poucos livros, no fundo de uma loja de roupas femininas, no bairro Ipiranga, na região Nordeste da capital, e hoje conta com um acervo com mais de 3.000 exemplares.
Criado pela artista plástica e amante da leitura Estella Cruzmel, 62, o Leitura na Praça cresceu com o apoio de amigos. “Comecei montando uma pequena biblioteca na minha casa e depois iniciei o empréstimo de livros no fundo da minha loja, que fechei em meados do ano passado. Daí senti a necessidade de continuar incentivando as pessoas a lerem, então iniciei, em abril deste ano, o Leitura na Praça, no Santa Tereza, bairro vizinho do Floresta, onde moro”, diz.
Estella mantém o projeto com recursos próprios e conta também com doações, que ainda são escassas, segunda ela. “Por enquanto, recebi apenas a doação de seis livros. Como o projeto não tem patrocínio, às vezes aparecem algumas dificuldades. Meu gasto maior é com o aluguel, que custa em torno de R$ 500 por mês, pois alugo um cômodo de uma casa próxima à praça, para guardar os livros. Como não tenho carro, seria impossível carregá-los”, explica a artista plástica.
O projeto conta com quatro voluntários. É o caso da dona de casa Ana Paula Caldas, 45, que colabora há cinco meses. “É gratificante ver a busca das pessoas pela leitura, ainda mais sabendo que hoje esse hábito está acabando. Outro dia, vi uma família anotando o nome do autor e de um dos livros para tentar comprar. Não existe retorno maior”, avalia Ana Paula.
Ação Pública. A prefeitura da capital mantém um projeto para o incentivo à leitura, o Belo Horizonte – Cidade Leitora. Desde 2010, a iniciativa promove o gosto pela leitura nas 19 bibliotecas municipais da cidade e repassa livros para bibliotecas ou ações comunitárias que estejam relacionadas ao incentivo da leitura.
Fonte: O Tempo