O artigo “Narrativas sobre RDA [Resource Description and Access]: impressões dos catalogadores da Universidade Federal de Minas Gerais”, do Bibliotecário Paulo Marcelo Carvalho Holanda (CRB-6/3153) e da professora da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (ECI/UFMG) Cíntia de Azevedo Lourenço (CRB-6/2192), foi publicado no volume 14, número 3 da Revista Ibero-americana de Ciência da Informação (RICI).
Planejado a partir da dissertação de mestrado de Holanda, o artigo analisa a percepção dos catalogadores das bibliotecas da UFMG ante à RDA, norma padrão de catalogação.
“Este artigo apresenta parte dos resultados de uma dissertação de mestrado. É apresentada a fundamentação teórica e seu esboço para construção do bloco temático sobre a impressão geral da norma RDA, as categorias e subcategorias criadas, as narrativas e impressões dos catalogadores”, explicam Holanda e Lourenço no próprio texto.
O ensaio mostra que as recentes tecnologias da informação e comunicação foram responsáveis por alterações nos ambientes informacionais, contribuindo para o aparecimento de novos tipos de documentos, formatos, suportes, conteúdos e novas formas de acesso à informação. Consequentemente, elas exigiram dos catalogadores uma nova maneira de registrar recursos.
Os autores sustentam ainda que uma mudança relevante na estrutura de como se registrar um material e descrever seus pontos de acesso em uma base conceitual totalmente voltada para o relacionamento dos dados permite que o usuário execute mais eficientemente suas estratégias de busca.
“No início do século XVIII, os catálogos eram vistos mais como listas simplificadas do que como inventários. Algumas práticas se impuseram: catálogos classificados ou alfabéticos, embora alguns ainda permanecessem organizados pelo tamanho dos livros; os índices eram considerados úteis, embora não indispensáveis; os nomes dos autores vinham pelo sobrenome, embora ordenados cronologicamente, a página de rosto adquiriu algum prestígio, sendo os títulos transcritos literalmente, as remissivas tornaram-se de uso comum, assim como algumas entradas analíticas”, afirmam.
Com o passar do tempo, foram desenvolvidas novas formas de se catalogar, de modo que outros modelos foram criados e os antigos se sofisticaram e foram incorporados aos recentemente lançados.
Como exemplo dessa evolução, Holanda e Cíntia citam os Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR), que foram planejados a partir da modelagem de banco de dados, o AACR2, o AACR, entre outros. Hoje, a RDA é a norma de catalogação padrão, criada no intuito de atender também às demandas digitais.
“O estudo também permitiu conhecer de perto os receios, anseios, angústias dos catalogadores perante um assunto que está tão em pauta internacionalmente, que gera tantas dúvidas e meche [sic] tanto com o imaginário dos catalogadores e nas possibilidades que essas mudanças trarão efetivamente em suas ações práticas”, concluem.
Leia o artigo “Narrativas sobre RDA: impressões dos catalogadores da Universidade Federal de Minas Gerais” na íntegra.