São duas mil fotos digitalizadas, da Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles. As imagens têm uma riqueza de detalhes impressionante.
Momentos históricos do Brasil estão ao alcance de um clique. Agora a internet oferece um acervo de milhares de fotos com uma riqueza de detalhes impressionante.
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Duzentas mil imagens. Mas guardar o passado na gaveta é só metade da tarefa de preservar a memória do Brasil.
“O acervo só faz sentido se ele tiver na mão de quem tem interesse no acervo. Não adianta só guardar. Nós temos que guardar e dar a ver ao mesmo tempo”, diz Renato Lessa, presidente da Fundação Biblioteca Nacional.
O Portal Brasiliana Fotográfica é um passo gigante para libertar personagens históricos desses arquivos de aço. A autoridade do imperador diante da câmera impõe respeito na Biblioteca Nacional há 140 anos. Mas, durante muito tempo, contemplar estas imagens foi privilégio de quem podia ir até lá.
Hoje em dia, não é mais preciso usar luvas. Basta usar a curiosidade e a imaginação para viajar no tempo e encontrar novidades mesmo em tesouros tão antigos. São duas mil fotos digitalizadas, da Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles. Pela primeira vez, essas imagens estão na internet em alta definição e isso faz muita diferença.
Uma foto cheia de gente que parecia formiguinha ganha forma. A rua se revela e é possível até ler as placas. Num tempo em que a elegância era importada da França, barbeiro era ‘barbier’. O recurso do zoom revela muitas surpresas.
“Quando você amplifica um pouco você descobre que, em 1905, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, havia uma arena de touros. E havia. E de fato havia”, mostra Flávio Pinheiro, superintendente-executivo do Instituto Moreira Salles.
Em São Paulo, descobrimos o destino do bonde que passa pela Rua São Bento: o bairro da Liberdade. O que era uma imagem congelada no tempo ganha vida. E a fronteira entre o passado e o presente desaparece. A charrete de antigamente é o taxi de hoje. O bonde virou ônibus, mas os brasileiros a caminho do trabalho são os de sempre.
Olhando assim tão de perto parece até que nós estamos dentro da foto. É mágica? É! Mas não tem truque. Basta olhar e viajar no tempo. Indo e voltando a gente percebe que o passado não é tão distante assim e que fica muito mais fácil entender o presente.
Uma espécie de flagrante jornalístico, um passeio pelo Rio do ex-presidente Rodrigues Alves. Em 1908, ficou registrado o orgulho de quem o levava e a curiosidade de quem conseguiu chegar bem perto.
Em 17 de maio de 1888, foi celebrada a missa campal da abolição da escravatura. Brancos e negros misturados na multidão, a poucos metros da expressão serena da Princesa Isabel.
Também é possível ver o escritor Machado de Assis. E atrás do altar, mãe e filha, sem querer, viraram personagens da história.
O melhor de enxergar o passado com tantos detalhes é notar muito mais semelhanças do que diferenças. Os brasileiros do passado tinham em comum com os de hoje o olhar. Um misto de curiosidade e esperança apontando para o futuro.
Fonte: Globo