Edital prevê salários de nível médio para o cargo de bibliotecário
O que parecia ser uma boa oportunidade de trabalho se mostrou mais um caso de desvalorização do bibliotecário. No dia 20 de novembro, a Prefeitura de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, abriu processo seletivo para contratações em regime de designação temporária para 2018. Dentre as mais de 600 vagas disponíveis, existia uma para “bibliotecário”. A surpresa? A vaga possui salário de R$ 937,00 para 30 horas semanais, equivalente ao profissional de nível médio.
O edital foi divulgado no Diário Oficial do município, em 10 de novembro deste ano. No dia 13, o Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) enviou um ofício para a Prefeitura questionando as exigências do cargo e o salário oferecido. O documento reforçou qual o papel do bibliotecário e a necessidade de se seguir as obrigações legais, em especial as leis federais nº 4.084/62 e nº 9.674/98, o Decreto-Lei nº 56.725/65 e a Resolução CFB 033/01, que regulamentam a profissão no país.
Foi solicitado que no prazo de 15 dias seja enviado ao CRB-6 o comprovante de que o salário seja alterado, “mantendo-o na faixa condizente com a sua formação e acima dos cargos de nível médio”. Também foi pedida a colaboração da prefeitura quando forem realizadas fiscalizações nas instituições públicas, para facilitar o trabalho do fiscal e acelerar a entrega da documentação exigida.
A prefeitura ainda não se manifestou sobre o assunto e, assim que houver um posicionamento oficial, divulgaremos em nossas redes.
O delegado regional do CRB-6 no Espírito Santo, Bruno Giordano (CRB-6/ES 699), ressalta que o Conselho tem feito a sua parte para valorizar os profissionais. “Estamos atuando para garantir o exercício profissional sem discriminação em relação às outras profissões do mesmo nível, uma vez que o bibliotecário é um profissional com graduação em nível superior.”
Esse país é lamentável.