Pais são figuras fundamentais para seus filhos e suas histórias de vida servem de aprendizado para as novas gerações. Para comemorar o Dia dos Pais, o Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6), vai contar um pouco da vida de dois pais Bibliotecários, como forma de homenagem a todos e todas (sabemos que muitas mães tem que se desdobrar para suprir a ausência deixada por um pai ausente) que cumprem esse papel tão importante.
Uma caminhada em família em direção à biblioteconomia
Nascido em 1968 na cidade de Barra do São Francisco, no Espírito Santo, Adenir Beijo (CRB-6/914ES) tentou entrar na faculdade logo depois de terminar o ensino médio, quando tinha 17 anos. Não foi aprovado e voltou sua vida ao trabalho. Se casou jovem, aos 21 anos, com Eurides Silva e, três anos depois, teve seu primeiro filho, Maycon. Foi cozinheiro, almoxarife, porteiro e até mesmo professor de EJA, depois de cursar o magistério. Nesta altura da vida, já tinha outros dois filhos, Fabrício e Erick, mas desejava fazer mais um curso.

Adenir Beijo (D) com a esposa Eurides Silva e o neto Ryan Lucas
Em 2014, resolveu buscar novamente por uma vaga na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Orientado por um amigo, decidiu tentar o curso de biblioteconomia, no qual foi aprovado. Mas a boa notícia trouxe uma difícil escolha: para cursar a faculdade, teria que deixar o trabalho de porteiro, função que exercia há mais de seis anos, pois os horários eram incompatíveis. Neste momento, ele teve um grande apoio do filho mais velho, que o apoiou na decisão.
Formou-se em 2018 e hoje está muito feliz trabalhando na Escola Municipal Cleilza Amaral Vaz, em Cariacica, também no Espírito Santo. “Resolvi tentar trabalhar em escolas e me adaptei muito bem. Trabalhar com as crianças é muito bom e em parceria com os professores fizemos um projeto para incentivar a leitura. Gosto demais desse trabalho e da convivência”, descreveu.
Mas fora de seu local de trabalho, Adenir tem outra grande satisfação: a pequena biblioteca montada para seu primeiro neto, Ryan Lucas, filho de seu segundo filho, Fabrício. “Ele mora comigo e adoro estar com ele no meio dos livros. Sempre que posso, pego um livro e fico com ele, lendo e brincando”, conta cheio de orgulho.
Livros: Uma paixão de pai pra filho
Nascido em Ribeirão das Neves, Celso de Assis (CRB-6/2285), de 49 anos, é um apaixonado por livros e, por isso, escolheu trabalhar como Bibliotecário. Há 12 anos, passou pela experiência mais marcante de sua vida, quando veio ao mundo o pequeno Caled Fernandes de Assis. O que ele não sabia é que, com o tempo, teria dentro de casa mais uma pessoa apaixonada pelos livros.
Casado com Nilma Fernandes de Assis, Celso conta que os livros construíram um forte laço entre eles. “Desde que ele era pequeno, eu leio pra ele. O deixava brincando em meio aos livros e, até hoje, ainda fazemos leituras compartilhadas e organizo um mapa mental por meio da literatura. Acho também que, por eu estar sempre lendo, acabou passando ainda mais essa proximidade e afeição”. Na semana que antecede o Dia dos Pais, os dois conversaram e leram textos religiosos, principalmente passagens da bíblia.

Celso Assis com a esposa Nilma Fernandes e o filho Caled
Caled gosta de ler sobretudo livros de ficção científica e robótica, mas não perde a chance de ler bons romances, principalmente os que trazem questões sobre a natureza. Celso, que trabalha na biblioteca do SENAI de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, lembra da primeira vez que o filho foi até seu local de trabalho. A visita o deixou um pouco preocupado, pois a biblioteca não agradou o filho, que contou para a mãe que o lugar era bagunçado e escuro. Três anos depois, veio a redenção, pois a biblioteca tinha passado por uma reformulação, estava com um acervo variado, bem iluminada e com bastante espaço. “Nunca vou me esquecer, quando ele entrou e gritou de felicidade por ver tantos livros juntos. Depois saiu correndo olhando pelas estantes, maravilhado com tudo aquilo, querendo ver cada pedaço da biblioteca. Uma colega minha que viu a cena até comentou comigo sobre a felicidade dele e eu disse que ele era realmente louco com livros”, relembrou.
Orgulhoso do filho e de seu trabalho, Celso se considera uma pessoa abençoada pela vida, pois atua na área de que gosta e divide sua paixão pelos livros com o filho e, assim, uma felicidade reforça a outra.
O CRB-6 deseja um feliz Dia dos Pais para as famílias de todos os Bibliotecários e Bibliotecárias.