Na última terça-feira (25), o presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região Minas Gerais e Espírito Santo (CRB-6), Álamo Chaves (CRB-6/2790), foi o responsável pela abertura da live “A leitura como instrumento de redução das desigualdades sociais no Brasil”, promovida pela Academia Feminina Espírito-santense de Letras em parceria com o Conselho. A mediação do evento foi realizada pela conselheira suplente do CRB-6, Juliana Maria Waichert Binda (CRB-6/944 ES).
Um relatório divulgado pela Receita Federal, na primeira semana de abril, foi a motivação para a organização do evento. No documento, o órgão defende o aumento das tributações sobre livros, argumentando que pessoas de baixa renda não leem. Participaram do bate-papo a presidente da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Dra. Neusa Gloria dos Santos; a professora, escritora e poetisa, Valsema Rodrigues da Costa; a escritora, pedagoga e mestra em Educação, Ailse Therezinha Cypreste Romanellia; e a presidente da Academia Espírito-santense de Letras e tesoureira da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Ester Abreu Vieira de Oliveira.
“A leitura constante, além de saudável, é decisiva no processo de construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, afirma Neusa. “Temos pesquisas que apontam o Brasil na 8ª colocação mundial entre os países com mais desigualdade social e econômica. Infelizmente e lamentavelmente, convivemos com uma massa gigantesca de pessoas menos favorecidas, com poucas informações, que sofrem violência ativa e passiva, e têm inúmeras dificuldades para alterar esse quadro sofrível em que estão inseridas”, complementa.
Na live, as integrantes da Academia Feminina Espírito-santense de Letras ressaltaram que a leitura é ferramenta fundamental para aproximar pessoas, modificar realidades, libertar a imaginação do indivíduo e aumentar a capacidade de reflexão. À vista disso, Neusa afirma que a leitura potencializa a capacidade da pessoa conhecer e lutar pelos direitos inerentes ao ser humano.
Ao longo do bate-papo, as participantes também atentaram para a importância da leitura na vida de todos, sobretudo das crianças. Em pesquisa realizada em março pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo foi constatado que cerca de 66% das unidades de ensino público espírito-santenses não contam com bibliotecas ou laboratórios de informática e 29% não têm sala de professores.
Por fim, Ester Abreu fechou a discussão citando Jorge Luis Borges. “Em ‘Pierre Menard, autor do Quixote’; Borges escreve que a arte de criar uma obra é a influência das leituras. Essas estão no processo criativo da obra ficcional. Os livros não só servem de apoio para escrever, mas são os guardiões de uma memória e de um povo. Neles [nos livros] estão as sociedades com suas virtudes e defeitos, com todo o saber cultural e linguístico, com toda sua história. Mas o livro não é nada sozinho. O livro é tanto os seus leitores quanto os que os leram, que descobrem todo o saber neles guardados”.
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