Uma exposição sobre Fernando Pessoa, com manuscritos originais do poeta e poemas escritos em inglês, é inaugurada hoje na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, na entrada do edifício Thomas Jefferson.
“A exposição acontece na biblioteca nacional americana, que é a maior do mundo, e isso também revela como Pessoa é um nome cada vez mais conhecido nos Estados Unidos”, disse o embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito, à agência Lusa.
“É uma pequena exposição com manuscritos e peças de Fernando Pessoa. Há uma carta original dele e um original de um dos primeiros poemas que escreveu em inglês, por exemplo. Tudo pertence à biblioteca”, explicou o diplomata.
Fernando Pessoa escrevia em inglês, por ter morado na África do Sul e ter sido educado nessa língua. O poeta escreveu os seus primeiros poemas em inglês, em 1901, e, dos livros publicados em vida, apenas um foi em português, “Mensagem”.
Também esta quarta-feira, o escritor e tradutor Richard Zenith faz uma palestra sobre o poeta na mesma biblioteca.
Zenith, que venceu o Prémio Pessoa em 2012, vai dar uma palestra com o título “Fernando Pessoa: Um Português Inglês, Poeta Infinitamente Multiplo”.
Na terça-feira, Zenith participou numa conferência sobre Pessoa na conceituada universidade de Georgetown.
O pessoano fez uma apresentação com o tema “Fernando Pessoa: Entre a literatura e a Filosofia”, numa iniciativa em que participaram também os investigadores Patrícia Vieira, Michael Marder e Patricio Ferrari.
A exposição na Biblioteca do Congresso acontece até ao final do mês e foi desenvolvida com o apoio da embaixada portuguesa, da secretaria de Estado da Cultura e da Caixa Geral de Depósitos.
A iniciativa acontece em simultâneo com a mostra cultural “Iberian Suite: Arts Remix Across Continents”, evento de divulgação da cultura de Portugal e de Espanha, que contará com a participação de artistas da lusofonia e da América Latina, no Kennedy Center.
“A ideia é juntar-se esta exposição à programação que acontece no Kennedy Center, onde José Saramago será a peça central”, evocado, em particular, com a instalação “Jangada de pedra”, dos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Souto de Moura, “e falar também de um dos nossos grandes poetas”, explicou à Lusa o embaixador Nuno Brito.
Fonte: Lusa