Os desafios no gerenciamento de livros digitais numa biblioteca e as tendências de composição de acervo
As bibliotecas estão no centro de uma revolução capitaneada pelo conteúdo digital. Ao menos 28% dos leitores nos EUA leram e-books em 2014, segundo pesquisa realizada pela Pew Research, e, assim como outras tendências de consumo, é natural que este comportamento se replique no Brasil após um tempo. Mas de que forma as bibliotecas serão adaptadas neste novo cenário?
Liliana Giusti Serra, bibliotecária do software para gestão de acervos bibliográficos SophiA Biblioteca e pesquisadora de livros digitais, acredita que o futuro será a composição de acervos híbridos, contendo livros impressos e conteúdo digital, ambos gerenciados numa única plataforma, porém cada qual com as suas complexidades. “Esta organização unificada facilita a vida do usuário porque reúne todos os itens disponíveis em um único local – no catálogo da biblioteca – e do bibliotecário ao centralizar os dados na plataforma, promovendo a gestão dos registros de forma unificada, padronizando dados bibliográficos e de autoridade”, explica.
A bibliotecária esclarece que diferentemente do livro físico, o livro digital é entendido como um software, ou seja, não se possui um e-book, mas sim uma licença de uso. Neste caso, ao lidar com o conteúdo digital, hoje no Brasil as empresas comercializam para as bibliotecas dois tipos de modelos de negócios: “Pode ser feita a aquisição perpétua, uma licença sem data de validade, porém o preço chega até a 10 vezes mais que um livro comum quando se trata de aquisição para bibliotecas, e também a assinatura, uma licença transitória e renovável, como se fosse um periódico”,afirma Liliana.
Quanto ao conteúdo propriamente dito também são vislumbradas mudanças. “Há três tipos de livro digital: estático, uma cópia fiel do impresso; dinâmico, onde o conteúdo é atualizado automaticamente, com links para internet, como por exemplo um livro da área jurídica que atualiza as emendas assim que elas saem; e expandido, o que verdadeiramente muda o conceito de livro, pois não possui limites – pode ter cheiro, vídeos, som, etc.” explica Liliana.
Neste cenário de transformação da leitura o SophiA Biblioteca é agente transformador, pois fornece o subsídio necessário às instituições para compor seus acervos digitais. “Ao realizar integrações com empresas fornecedoras de conteúdo digital para bibliotecas, o SophiA oferece aos bibliotecários ferramentas de gestão, permitindo acompanhar o uso e o empréstimo digital dos títulos licenciados, controlar os modelos de negócios contratados, a vigência de assinaturas, além da importação de registros inteligente, com metadados bibliográficos e de gestão”, afirma Liliana.
O futuro bate à porta das bibliotecas, novos negócios surgem e é preciso se atualizar. Afinal, o compromisso básico dessas instituições é fornecer a informação necessária ao usuário. Aumentar o alcance e oferecer alternativas de acesso em múltiplas plataformas podem ser ferramentas úteis para se alcançar este objetivo.
Fonte: Prima