Alerta foi publicado em perfil da instituição de São João del Rei. Inventário vai determinar quantos e quais livros foram levados.
Depois de descobrir o furto de mais dois livros, a Biblioteca Municipal Baptista Caetano d’Almeida (BCA), em São João del Rei, resolveu fazer um apelo nas redes sociais para recuperá-los. A mais antiga biblioteca pública de Minas Gerais segundo a Secretaria de Estado de Cultura, criada em 1827, recorreu ao Facebook após os livros “As Crônicas de Nárnia”, de C. S. Lewis; e “O Cemitério de Praga”, de Umberto Eco, desaparecerem. Os casos foram descobertos quando foram solicitados para empréstimo e não foram localizados no acervo.
Em dois anos, pelo menos dez títulos foram levados da instituição, que completa 189 anos de existência em 2016. Três foram recuperados em sebos após denúncias. “Os furtos superam o valor do livro. É uma agressão ao nosso patrimônio cultural e científico”, explicou a direção
Agora, a instituição que cobra uma taxa de R$ 5 por ano pretende conscientizar sobre o respeito e preservação do acervo de cerca de 20 mil livros disponíveis para empréstimos aos três mil usuários cadastrados.
“Ao possibilitar que o usuário circule pelas estantes e retire o título desejado, estamos depositando confiança na pessoa que usa um bem público. Lamentavelmente, vivenciamos uma situação em nossa Biblioteca em que livros estão sendo retirados da estante e sendo levados por usuários inescrupulosos, sem passar pelo sistema de empréstimos. Usando palavreado direto: furto de livros”, diz o texto publicado nas redes sociais.
Livros desaparecidos
Procurada pelo G1, a direção da Biblioteca explicou, em entrevista por e-mail, que nunca registrou Boletins de Ocorrência (BO) na Polícia Militar ou Civil. Tornar o problema público foi o início de um trabalho de conscientização que a instituição pretende fazer.
“A possibilidade de recorrer às redes sociais para divulgar este problema já havia sido discutida entre a equipe da instituição. Como é rotineira em bibliotecas a criação de campanhas de preservação de acervos, acreditamos ser mais uma ferramenta diferenciada para promover tal conscientização”, destacou a direção.
Está em estudo a sequência da campanha, que deve ter atividades internas e externas. “Não deixaremos de criar outras modalidades de campanha de mobilização para o uso responsável do acervo. Não só para evitar furtos, mas também promover o zelo com as obras”, informou a direção.
Um inventário está em andamento para determinar quantos e quais livros foram levados.
Na publicação na rede social, a direção destacou que, por causa dos furtos, deixará de comprar novos títulos e de fazer os lançamentos mensais previstos para que as obras levadas sejam repostas.
Denúncias
A direção destacou que graças às denúncias de usuários e aos próprios integrantes da equipe alguns livros foram recuperados em sebos de São João del Rei.
Por isso, obras como “Bento”, de André Vianco; “Quando fui outro”, de Fernando Pessoa; e “Os Cem Melhores Contos de Crime e Mistério da Literatura Universal”, organizado por Flávio Moreira da Costa voltaram à instituição. O último, inclusive, está emprestado nesta semana.
“Um usuário, inclusive, comprou o livro que estava à venda em um sebo e nos trouxe para comprovar a denúncia. Pedimos às pessoas, sejam usuários ou comerciantes, que ao folhear o livro e encontrar o carimbo, entrem em contato conosco porque provavelmente é um livro furtado”, destacou a direção.
As pessoas podem acionar a Biblioteca Pública Municipal Baptista Caetano d’Almeida pelo telefone (32) 3373-4779 ou através do e-mail bmbca.sjdr@gmail.com, pelo site www.bibliotecamunicipalsjdr.com.br ou pessoalmente.
A instituição funciona das 7h às 18h, na Praça Frei Orlando, nº 90, nos fundos da Secretaria de Cultura, no Centro de São João del Rei. Para se cadastrar, basta ter um comprovante de residência na cidade, levar os originais de documentos de identidade, CPF ou CNH e uma foto 3×4. A taxa de R$ 5 para a confecção da carteirinha dá direito de fazer empréstimos gratuitamente, por um ano até o vencimento, quando é necessário renovar. Os recursos arrecadados permitem a atualização do acervo da instituição.
Fonte: G1 | Roberta Oliveira